"Os Estados Unidos agora estão em guerra contra a Rússia".
A opinião é do analista militar Scott Ritter, ex-inspetor de armas da ONU.
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Para Ritter, a decisão de Joe Biden de autorizar o uso de mísseis estadunidenses de longo alcance contra território russo tem o objetivo de amarrar as mãos de Donald Trump, que assume em 20 de janeiro com um discurso de acabar com a guerra.
A decisão reflete o crescente desespero da Ucrânia, da OTAN e dos Estados Unidos de que a guerra está atingindo um ponto de virada, com uma vitória russa praticamente garantida.
A opinião vai ao do encontro da postagem feita por um dos filhos de Donald Trump no X. Júnior escreveu:
O Complexo Industrial Militar quer garantir o início da 3ª Guerra Mundial antes que meu pai tenha a chance de criar a paz e salvar vidas. 'Temos de garantir esses trilhões de dólares'. A vida que se dane! Imbecis!
Poder de fogo
Estados Unidos, França e Reino Unido autorizaram a Ucrânia a usar os mísseis para atacar território russo.
Washington limitou a autorização à região russa de Kursk, alegando que é uma forma de enfrentar a presença de milhares de soldados vindos da Coreia do Norte.
O Sistema Tático de Mísseis do Exército, conhecido pela sigla de ATACMS, produzido pela Lockheed Martin, tem 300 quilômetros de alcance.
É uma das armas mais poderosas no arsenal ucraniano.
Hoje, forças ucranianas controlam cerca de mil quilômetros quadrados de território russo em Kursk e a expectativa é de uma ofensiva de Moscou, com apoio dos soldados norte coreanos, para retomar o controle da região.
O ATACMS poderia ser usado contra a retaguarda das tropas, como depósitos de munição e centros logísticos.
O discurso de Vladimir Putin de que a autorização dada pelo Ocidente equivale a declaração de guerra tem a ver com o fato de que a Ucrânia não consegue operar os ATACMS sem apoio operacional da OTAN ou dos Estados Unidos.
O Reino Unido e a França, por sua vez, não colocaram qualquer limite ao uso dos mísseis SCALP/Storm Shadow, que tem alcance de 550 quilômetros.
A Ucrânia já empregou a arma com sucesso em uma série de ataques contra instalações da frota naval russa no Mar Negro.
Coreia do Norte
De acordo com a Bloomberg, baseada em fontes da Ucrânia, a Coreia do Norte teria concordado em mobilizar até 100 mil homens para lutar na Rússia, aliviando uma fonte de tensão política para Vladimir Putin: a necessidade de convocar novos reservistas.
O Ministério da Defesa do Reino Unido estima que a Rússia perdeu 38.130 soldados só no mês de setembro.
Os dados carecem de confirmação. Propaganda e desinformação são hoje as armas mais usadas em conflitos militares.
Há consenso de que os russos fazem avanços lentos e contínuos ao longo de toda a frente de batalha, de mais de mil quilômetros, tirando proveito da falta de soldados e equipamento da Ucrânia.
A presença de soldados norte coreanos em Kursk causou alarme na Coreia do Sul e no Japão.
O Instituto para o Estudo da Guerra, um lobby pró-ucraniano em Washington, diz que a Coreia do Norte vai começar a produzir drones em massa e treinar seus homens para usá-los.
Reside aí o temor de que uma guerra localizada, por envolver cada vez mais a OTAN, desande em um conflito mundial.