No ano passado, o recém-empossado governo militar do Níger tomou uma decisão que chamou a atenção da comunidade internacional: expulsar o embaixador francês Sylvain Itté do território nigerino.
O diplomata teve um prazo de 48 horas para deixar o país, conforme comunicado pelo Ministério dos Assuntos Estrangeiros do Níger.
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A medida foi justificada pela suposta recusa do embaixador em comparecer a uma reunião convocada pelo regime e por "outras ações do governo francês contrárias aos interesses do Níger".
Além dos diplomatas, o Níger decidiu expulsar 1,5 mil militares franceses que estavam no país para combater grupos jihadistas, bem como reduzir a influência de Paris na economia do país, rico em ouro e urânio.
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A ideia dos tenentes era conquistar um segunda independência da França, que manteve sua presença em Niamey mesmo depois da libertação da colônia.
Depois disso, a economia do Níger começou a apresentar perspectivas positivas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que o país será o que mais crescerá na África em 2024, com uma taxa de crescimento de 9,9%.
Este avanço será impulsionado pelas exportações de petróleo, pelo fim das sanções e por uma boa safra agrícola. Burkina Faso e Mali, países vizinhos que também enfrentaram mudanças políticas semelhantes, deverão crescer 5,5% e 3,8%, respectivamente, no mesmo período.
O Níger busca fortalecer sua soberania econômica e política, avançando em um cenário de reconstrução após o golpe, e estabelecendo parcerias com países como China, Rússia e Cuba.
Os indicadores econômicos positivos do Níger colocam o país em destaque na região do Sahel, apesar dos desafios impostos pelas sanções e pela instabilidade política.
Com o arrefecimento das sanções e entrada de tecnologia no país, a nação, considerada um das mais pobres do mundo, deseja traçar um caminho de desenvolvimento para reverter a pobreza ao longo dos próximos anos. O crescimento projetado de 7% ao ano até 2029 coloca o país como um dos que mais devem se desenvolver na próxima década.