Há 19 anos (desde 2005) a Rússia propõe, anualmente, uma resolução na Assembleia das Nações Unidas.
E, apesar de receber o apoio de mais de uma centena de nações, ela continua a ser rejeitada pela maioria das potências ocidentais.
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A resolução é composta por um texto de 74 parágrafos com mais de uma dezena de coautores, incluindo países sul-americanos, africanos e asiáticos, como Venezuela, China, África do Sul e Cuba. No ano passado, de acordo com o RT, a resolução foi apoiada por 112 Estados e rejeitada por 50, com 14 abstenções.
Este ano, na segunda-feira (11), a resolução voltou à pauta da Rússia na ONU, mas 54 Estados continuaram a rejeitá-la.
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Países como Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Itália, Polônia e Ucrânia, além de diversas outras potências ocidentais, negaram novamente a adoção da resolução, enquanto 116 países, majoritariamente do Sul Global, votaram a favor.
Dentre os que apoiaram a resolução estão Brasil, Bolívia, Cuba, China, Sérvia, Síria e mais 109 países. Outros 11 membros se abstiveram.
E de que se trata essa resolução tão insistente?
O texto em questão, denominado "Combatendo a glorificação do nazismo, neonazismo e outras práticas que contribuem para para fomentar formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância relacionada" (em tradução livre) estabelece, como o título deixa claro, uma condenação do nazismo e de demonstrações de apoio, glorificação ou propaganda desse movimento.
Em prol de "esforços para preservar a verdade histórica" e "chamados para medidas contra a negação dos crimes contra a humanidade", além de "prevenir que a história da Segunda Guerra seja reescrita", a resolução condena o uso de material ou retórica "racista, discriminatória, odiosa e violenta" com base em características étnicas, de nacionalidade, religião ou credo em ambientes e contextos educacionais.
Este ano, a Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU, órgão encarregado de temas sociais, humanitários e culturais, continuou a aprovar a resolução.
O chefe do Departamento de Cooperação Multilateral em Direitos Humanos da Rússia, Grigory Lukyantsev, defendeu que os acontecimentos históricos e a vitória sobre o nazismo durante a Segunda Guerra "não podem ser revisados", e disse que a adoção da resolução proposta pela Rússia é um "dever" diante daqueles que "deram suas vidas pela paz na Terra" e pelo "triunfo da humanidade e do humanismo", conforme noticiou o RT.
Apesar disso, a resolução toca nas feridas ocidentais, e alguns Estados temem que possa ser usada para fins políticos e de censura.