O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (16) que a Ucrânia tem atacado instalações civis russas para demonstrar sua capacidade de resposta às ações de Moscou.
Segundo Putin, os ataques ucranianos têm como objetivo provar tanto ao seu próprio povo quanto aos seus patrocinadores internacionais que Kiev pode revidar as ações russas.
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Putin criticou a contraofensiva ucraniana, alegando seu fracasso e advertindo que a continuidade dessa ofensiva pode ameaçar a existência do Estado ucraniano.
"Se isso continuar, o Estado ucraniano pode sofrer um golpe muito sério e irreparável", disse ele.
O líder russo também mencionou que Kiev recusou as negociações com Moscou, sugerindo que a guerra poderia ter terminado há muito tempo se a Ucrânia tivesse aceitado negociar.
Putin recordou tentativas de acordo nos primeiros meses da operação militar especial e destacou o papel do Reino Unido, na figura do ex-primeiro-ministro Boris Johnson, em persuadir a Ucrânia a não cumprir com tais acordos.
"São uns idiotas, não?", enfatizou Putin.
Zelensky de pires na mão
Também nesta terça-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, em meio a intensas discussões diplomáticas sobre potenciais negociações de paz.
Vestindo os trajes de apelo militar de sempre Zelensky defendeu um plano de paz para seu país e solicitou sanções mais severas contra a Rússia. Ao contrário da participação no fórum de 2023, ele não fez pedidos explícitos por armamentos para futuras ações militares.
Dirigindo-se aos investidores presentes, Zelensky destacou a necessidade da Ucrânia em reconstruir e revitalizar o país, ressaltando que o envolvimento deles poderia trazer sucesso mútuo.
"Precisamos de vocês para ajudar a construir e restaurar nossas vidas na Ucrânia", afirmou.
Ele ressaltou a iniciativa de seu país para o término do conflito, conhecida como Fórmula da Paz, que recebeu o apoio de várias nações, embora a Rússia não esteja entre elas e tenha recusado os termos propostos.
Apesar de sinais informais de que Putin estaria disposto a discutir um cessar-fogo, a Ucrânia rejeita qualquer trégua temporária que não faça parte de um acordo mais abrangente, preocupada com a possibilidade de a Rússia utilizar o intervalo para se preparar para novos ataques.
Zelensky acusou a Rússia de causar caos global, desestabilizando países africanos, a Síria e a Ucrânia com intervenções militares que não foram freadas por tentativas de negociação. Ele enfatizou que os esforços de cessar-fogo no leste ucraniano não impediram a invasão russa em 2022.
O presidente ucraniano expressou descrença na capacidade de mudança de Putin, afirmando que "só os humanos podem fazer isso".
A Suíça concordou em promover a Fórmula da Paz da Ucrânia e planeja sediar uma cúpula de países apoiadores da iniciativa ainda este ano, conforme anunciado pela presidente suíça, Viola Amherd, após um encontro com Zelensky.
Assista ao Fórum Global desta quarta-feira (17)