Toda guerra é estúpida, prova de que não conseguimos usar o cérebro para resolver as diferenças na mesa de negociações e daí enviamos jovens para matar e morrer pela nossa própria estupidez, agravando-a.
Mas mesmo no campo da estupidez há diferenças. Há guerras que acabam sendo consequência natural de uma reação de um povo oprimido contra o opressor que não quer largar o osso.
Mas existem outras onde os objetivos declarados não têm nada a ver com os reais motivos, como é o caso da guerra da Ucrânia, onde os interesses geopolíticos e econômicos (caso do gás russo) dos EUA levaram à guerra atual.
Ainda para além disso, há outros objetivos numa guerra, como a necessidade de clientes para a indústria militar e outros, como confessou candidamente Mara Karlin, secretária adjunta de Defesa para Estratégia, Planos e Capacidades do Pentágono durante um evento promovido pelo Instituto Ronald Reagan.
“Obviamente, a Ucrânia é um laboratório de aprendizagem para a inovação militar. Acho que todos nós já vimos muitos exemplos. Nós vimos isso quando nossas tropas estiveram no Iraque e no Afeganistão. A grande quantidade de inovações que aconteceram. Porque eles conseguiram pegar certas coisas, levá-las para o campo de batalha, descobrir como fazer alguns ajustes e então usá-las. E esse tipo de ciclo é de grande importância”.
Soldados ucranianos são utilizados pelos Estados Unidos para defenderem seus interesses geopolíticos e também como cobaias humanas, em benefício de sua indústria bélica e aparato militar.
E tudo isso dito pela secretária do Pentágono sem corar, num evento aberto ao público, diante de câmeras e microfones.
Mais uma vez me socorro de Nelson Rodrigues:
"Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu".
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