O papa Francisco foi acusado de ser um "propagandista russo" por uma fala feita a cidadãos da Rússia. A acusação parte do Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia, e foi rebatida pelo sumo pontífice.
O padre disse, durante uma conferência com jovens russos, que eles deveriam se lembrar de uma herança nacional russa, remetendo a líderes do período imperial.
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"São filhos da grande Rússia, de grandes santos, de reis, de Pedro, o Grande, de Catarina II, de um povo russo de grande cultura e de grande humanidade. Nunca se esqueçam deste grande legado. Vocês são herdeiros da grande Mãe Rússia, sigam em frente com isso", disse o Papa.
Pedro, o Grande e Catarina, a Grande, foram dois líderes conhecidos por suas expansões militares afrente do Império Russo. Catarina II, por exemplo, invadiu a Crimeia e algumas regiões do atual sul da Ucrânia durante uma guerra contra o Império Otomano.
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O porta-voz da chancelaria de Kiev repudiou a fala de Francisco I. "É com este tipo de propaganda imperialista (...) que o Kremlin justifica o assassinato de milhares de ucranianos e a destruição de centenas de cidades e aldeias ucranianas", disse Oleg Nikolenko. "É muito lamentável que as ideias russas de grande potência, que são, de fato, a causa da agressividade crônica da Rússia, saiam consciente ou inconscientemente da boca do Papa, cuja missão, na nossa opinião, é justamente abrir os olhos da juventude russa sobre o curso destrutivo da atual liderança russa", completou.
O Vaticano argumentou o contrário. "O Papa pretendia encorajar os jovens a preservar e promover tudo o que há de positivo na grande herança cultural e espiritual russa, e certamente não exaltar a lógica imperialista e as personalidades do governo", disse, através de nota.