Em entrevista coletiva com jornalista latino-americanos, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky atacou o presidente Lula por sua posição sobre o conflito.
A relação entre Lula e Zelensky já está desgastada desde antes da eleição de 2022. Durante a campanha, Lula defendia neutralidade no conflito e início urgente de conversas de paz, além de ter responsabilizado Zelensky parcialmente pelo conflito.
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Nas últimas semanas, o presidente brasileiro tem afirmado firmemente que Kiev e o Kremlin não estão dispostos a botar um ponto final no conflito.
Na visão do ucraniano, Lula concorda com a "narrativa" russa e é o único presidente além de Putin a falar da segurança russa. A fala de Zelensky não é verdade nem à nível global - com a Rússia colecionando aliados no mundo afro-asiático - e nem à nível latino-americano - com apoios efetivos de Cuba, Nicarágua e Venezuela, além de proximidade maior da Bolívia.
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"Eu acho que o presidente Lula é uma pessoa experiente. Mas eu não o entendo muito bem. Você acha que a sua sociedade não entende bem o que está acontecendo e está contando com isso? As declarações de Lula não trazem paz alguma. É estranho falar sobre a segurança da Rússia. Somente a Rússia, Putin e Lula falam sobre a segurança da Rússia, sobre as garantias que precisam ser dadas para a segurança da Rússia. Só acho que ele tem sua própria opinião. Parece-me que não é necessário que seus pensamentos coincidam com os pensamentos de Putin", disse Zelensky.
O presidente ucraniano também afirmou que os países latino-americanos devem apoiar Kiev porque tem valores similares. Ele comparou a guerra de invasão da Ucrânia com o colnialismo sofrido durante séculos pelo continente latino-americano.
"Não acho que tenhamos valores diferentes [dos latino-americanos]. Nós rimos quando estamos felizes e choramos quando estamos tristes. Também podemos ser fãs de futebol, torcer pelo nosso time e ficar felizes ou tristes, mas somos gratos ao destino também por nossas conquistas, por nossos homens e por nossas pequenas vitórias. [...] Acho que muitas vezes as pessoas simplesmente não estão informadas, porque os círculos políticos limitam o espaço para a informação. Mas, potencialmente, os países latino-americanos também podem nos apoiar. Só precisamos conversar abertamente com as pessoas, explicar tudo a elas, para que haja mais conhecimento. Não acho que haja muita diferença entre nós", disse.