AVÓS DA PRAÇA DE MAIO

Avós da Praça de Maio encontram 133º neto sequestrado pela ditadura argentina

O nascimento do neto 133 ocorreu em 1977, em um centro de detenção clandestino em Buenos Aires, enquanto sua mãe, Cristina Navajas, estava grávida do terceiro filho

Estela de Carlotto lê mensagem sb aplausos.Créditos: Redes Sociais/Abuelas Plaza Mayo
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As Avós da Praça de Maio anunciaram nesta sexta-feira (28), a descoberta mais um neto desaparecido durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983). Este é o 133º reencontro promovido por esse grupo incansável, que atua nas buscas desde 1977.

Em uma entrevista coletiva comovente, a organização compartilhou os detalhes, mas por enquanto, decidiu manter em sigilo o nome do novo neto. Sabe-se que ele é filho de Cristina Navajas e Julio Santucho, e neto de Nélida Navajas, uma figura essencial nessa associação.

O nascimento do neto 133 ocorreu em 1977, em um centro de detenção clandestino em Buenos Aires, enquanto sua mãe, Cristina Navajas, estava grávida do terceiro filho. Infelizmente, ela foi sequestrada em 1976 e permanece desaparecida até hoje. A avó Estela de Carlotto, 92, compartilhou sua alegria ao dizer que o neto finalmente se reunirá com seu pai, irmãos e uma extensa família, cuja história foi marcada pelo terrorismo e luta.

Julio Santucho, o pai do neto encontrado, esteve presente no anúncio que aconteceu no espaço que antes abrigava a Escola de Mecânica da Armada (Esma), um triste símbolo do passado como centro de detenção e hoje um complexo de museus em Buenos Aires. Ele expressou sua gratidão às Avós, destacando que essa descoberta representa uma derrota para a ditadura que tentou tirar seus filhos. Com coragem, ele disse ter explicado a verdade às crianças: que a mãe deles não está presente em suas vidas por causa da ação dos militares.

Essa emocionante reunião é mais um capítulo na incansável busca por justiça e verdade promovida pelas Avós da Praça de Maio, que continuam sua luta para reunir todas as famílias afetadas pela ditadura e proporcionar o devido fechamento para essas feridas do passado."

Cerca de 500 bebes sequestrados

A estimativa é que os militares argentinos tenham retirado cerca de 500 bebês das mães, militantes presas que foram mantidas vivas até parir e depois assassinadas. Centros clandestinos de detenção passaram a contar com médicos obstetras e registros das mulheres grávidas, assim como as características dos bebês recém-nascidos, para facilitar a escolha das famílias a que seriam entregues.