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A organização social argentina Avós da Praça de Maio anunciou nesta segunda-feira (10/6) que devolveram a identidade de mais um neto roubado durante a última ditadura militar desse país (entre 1976 e 1983). A entidade trabalha para restituir a identidade das centenas de bebês, filhos dos executados pelo regime, que terminaram sendo adotados por casais ligados aos governos militares ou traficados no mercado negro de adoção de menores.
A presidenta de honra da entidade, Estela de Carlotto, contou a notícia pessoalmente, na coletiva realizada no final da tarde: “sempre é uma felicidade poder contar essas notícias, e estamos emocionadas de poder dizer que agora já temos 130 netas e netos recuperados”.
Segundo as Avós, o neto é um homem de mais de 40 anos, que vive fora da cidade de Buenos Aires, e que gostaria de se apresentar junto com elas para assumir sua nova e verdadeira identidade – razão pela qual foi marcada uma nova coletiva, para esta quinta-feira (13/6), na sede da instituição.
Como costuma acontecer nesses casos, o anúncio das Avós foi apoiado pela presença de vários dos netos já recuperados anteriormente, muitos dos quais conformaram sua própria entidade, chamada Filhos – o nome original (Hijos) é uma sigla de Filhas e Filhos pela Identidade e Justiça contra o Esquecimento e o Silêncio –, com a qual também promovem iniciativas relacionadas com defender a memória e a justiça em casos de violações de direitos humanos no país, além de servir como espaço de ajuda mútua entre pessoas que tiveram toda a sua vida revirada ao momento de descobrir sua verdadeira identidade.
As Avós da Praça de Maio trabalham na busca pela identidade dos seus netos desde 1978, ano em que o primeiro neto foi encontrado: tratava-se de um bebê que já havia falecido. Desde então, o número de identidades recuperadas tem evoluído de forma mais ou menos constante. O ano mais frutífero para elas foi 1984, logo depois de terminada a ditadura, quando conseguiram reaver 12 netos, ainda crianças. Neste 2019, já foram recuperados dois novos netos.
Com informações do Página/12.