RÚSSIA - UCRÂNIA

Grupo Wagner: Prigozhin nega ataque a Putin e reforça apoio de Lukashenko

"Não queríamos derrubar Putin", afirma líder do Grupo Wagner, que seguirá operando na Ucrânia

Líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, esclarece ação contra o exército russoCréditos: Telegram
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Em seu primeiro comunicado após o recuo das tropas do Wagner dentro da Rússia, Yevgeny Prigozhin, líder do grupo privado de segurança, reforçou seu apoio a Vladimir Putin e negou qualquer acordo com as autoridades do governo russo.

Em um vídeo de 11 minutos publicado no Telegram, Pregozhin afirmou que "nunca teve objetivo de derrubar Putin" e reforçou que ganhou apoio de Alexsandr Lukashenko, presidente de Belarus, para continuar atuando na Ucrânia.

O grupo Wagner atua desde o ano passado na guerra da Ucrânia e tem sido o principal responsável pelo avanço russo no leste do país.

Na última sexta-feira, o grupo avançou em direção a Moscou para tentar pressionar o governo russo a derrubar Sergei Choigu, ministro da Defesa do país.

A orquestração foi noticiada como tentativa de golpe pelos veículos ocidentais, mas não passou de uma estratégia para rearticular as forças bélicas russas.

"O objetivo da marcha era evitar a destruição do 'Wagner' e responsabilizar os funcionários (leia-se, militares) que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram um grande número de erros", disse o líder do grupo, em um áudio de 11 minutos divulgado pelo Telegram.

Obviamente, as tensões seguem, porém, com um acordo costurado entre Lukashenko, Putin, Choigu e Prigozhin, foi possível articular uma nova forma operativa para o Wagner.

Agora, os milicianos privados vão agir no fronte norte, a partir de Belarus, em direção ao estado Ucraniano, desguarnecendo as forças de Zelensky a sul e a leste.

Após o acordo, o chanceler russo, Sergey Lavrov, confirmou que as operações do grupo Wagner na África, onde o grupo opera como proxy para governos pró-Rússia, serão mantidas. "Eu não vejo nenhum sinal para pânico ou motivo para mudança na relação entre os estados africanos e a Rússia após esses eventos", disse em entrevista ao canal Russia Today.