No centro das atenções do mundo após o anúncio de uma rebelião armada contra o governo Vladimir Putin, na Rússia, o Grupo Wagner tem uma origem tão controversa quando o nome que leva.
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Contratado pelas forças russas em 2022 para dar suporte na batalha contra grupos neonazistas na região de Donbass, na Guerra contra a Ucrânia, o grupo paramilitar tem um origem obscura e um nome que leva a um dos ídolos de Adolph Hitler, fürher da Alemanha nazista.
Autodeclarado líder do grupo armado, que recrutou até mesmo ex-presidiários para lutar nas fileiras da guerra contra a Ucrânia, Yevgeny Prigozhin negava, até 2022, ter qualquer relação com a milícia, chegando a processar ao menos três sites - Bellingcat, Meduza e o Echo of Moscow - que cobrem a política russa por relacionar seu nome ao grupo.
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Em 2014, o agrupamento foi recrutado pelo governo russo para atuar no levante para anexação da Crimeia - região ucraniana ainda alvo de disputa entre os dois países.
No entanto, Prigozhin assumiu ser o dono da milícia armada apenas em 2022, quando o grupo já atuava ao lado das tropas russas em Donbass e fundou um Centro de Tecnologia da Defesa, em São Petersburgo, finalmente saindo da ilegalidade. Antes disso, não havia nenhum registro na Rússia de empresa com o nome Wagner.
"Eu mesmo limpei as armas antigas, separei os coletes à prova de balas e encontrei especialistas que poderiam me ajudar com isso. A partir desse momento, em 1º de maio de 2014, nasceu um grupo de patriotas, que mais tarde passou a ser chamado o Batalhão Wagner", disse Prigozin na rede social russa VKontakte em setembro passado, dois meses antes da legalização da milícia.
A origem do nome, no entanto, seria referência àquele que teria sido o primeiro líder da milícia: Dmitriy "Wagner" Valeryevich Utkin.
Veterano da primeira e segunda Guerra da Chechênia, Utkin atuou como oficial das forças especiais do Departamento Central de Inteligência russo e foi condecorado com quatro Ordens de Coragem no país.
Nascido em Smoline, um assentamento urbano na UCrânia em 1970, quando país ainda fazia parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), Utkin teria adotado o codinome "Wagner" em razão da admiração mútua que teria ao compositor clássico que também era ídolo de Hitler: Richard Wagner.
Membro da "Fé Nativa Eslávica", um movimento religioso neopagão com grande penetração entre nacionalistas russos, Utkin ostentaria em seu corpo diversas tatuagens com símbolos nazistas e neonazistas por causa da admiração à Ditadura hitlerista.
Entre as controvérsias que cercam o Grupo Wagner está a que Utkin teria sido uma espécie de testa-de-ferro de Progozhin, enquanto o oligarca conquistava a confiança do governo russo.