Via Telegram, o Grupo Wagner anunciou na manhã deste sábado (24) que "a guerra civil começou oficialmente" na Rússia, após anunciar a tomada de instalações militares na cidade de Rostov-no-Don, onde está o quartel-general da ofensiva militar do Exército Russo contra a Ucrânia.
Em pronunciamento à nação, Vladimir Putin classificou a ação do Grupo Wagner como "traição" e de dar uma "facada nas costas" do povo russo, prometendo punição.
Te podría interesar
No entanto, o grupo de mercenários, fundado pelo oligarca russo Yevgeny Prigozhin tem laços históricos dentro da Rússia e com o próprio Putin e tenta agora um golpe de Estado.
O Wagner é um grupo mercenário privado que foi criado por Prigozhin em 2014, reunindo principalmente ex-soldados de elite do Exército Russo. O agrupamento foi usado, na ocasião, pelas Forças Militares russas na tomada da região da Crimeia, na região sul da Ucrânia, localidade que ainda segue em disputa no conflito atual.
Te podría interesar
Em 2022, Prigozhin, que é chamado de "chef de Putin", por ser dono de empresas que fornecem refeições ao Kremlin, foi chamado novamente pelo governo russo para usar suas tropas privadas para reforçar a linha de frente na guerra da Ucrânia, especialmente na luta contra grupos neonazistas na região de Donbass.
A intensidade das batalhas fez com que Prigozhin passasse a recrutar novos paramilitares, principalmente em prisões russas, além de civis dispostos a irem para o campo de batalha.
Atualmente, estima-se que o Grupo Wagner tenha cerca de 20 mil combatentes. Além disso, o agrupamento teve a estrutura reforçada pelo próprio Exército russo com armamento pesado.
Na ofensiva, Putin pode enquadrar o grupo como ilegal, pois na Constituição russa a segurança e a defesa competem somente ao Estado.
No entanto, o grupo paramilitar foi formado com brechas na Lei, que permite que empresas de segurança armadas privadas podem atuar junto às Forças Armadas.
Além da Rússia, países como os Estados Unidos, África do Sul, Iraque e Colômbia utilizam grupos mercenários junto às forças militares.
Na ofensiva, o Grupo Wagner diz que vai marchar sobre Moscou, com o objetivo de mudar a liderança militar e que haverá um "novo presidente em breve".