Neste domingo (28), a Turquia terá o segundo turno de suas eleições presidenciais entre Recep Tayyip Erdogan (AKP) e Kemal Kilicdaroglu (CHP).
O pleito é importante no cenário internacional e na trajetória da política turca: os milhões de eleitores poderão escolher entre a consolidação do poder de Erdogan - que está há mais de 20 anos no executivo do país - ou uma mudança para o mais democrática e pró-Europa Kilicdaroglu.
Te podría interesar
Nas eleições do último dia 7, Erdogan consolidou sua vantagem com 49,5% dos votos, frente a 44,9% de Kemal Kilicdaroglu, O terceiro lugar nas eleições, Sinan Ogan, que tem uma plataforma de campanha abertamente fascista ficou em terceiro lugar com pouco mais de 5% dos votos.
Como foi o primeiro turno?
As pesquisas eleitorais apontavam uma vantagem do candidato do CHP antes das eleições e o resultado com vitória de Erdogan surpreendeu boa parte da imprensa internacional.
Te podría interesar
Além dos resultados para a presidência, no parlamento, coalizão liderada por Erdogan, chamada Aliança do Povo, composta pelo AKP e outros partidos de direita ou islâmicos, obteve 49,5% dos votos. A "Aliança Nacional", formada pelo CHP e pelos liberais do IYI, conquistou 35% dos votos. Somando-se aos votos do EMEK VE OZG, que representa curdos e a esquerda radical, a oposição alcançou 46% dos votos
Mesmo com uma virada histórica, Kilicdaroglu teria dificuldade de conseguir governar com um parlamento extremamente alinhado com a ala política do ex-presidente.
E algo mudou?
Existe uma grande mudança entre o primeiro e o segundo turno: Kilicdaroglu perdeu fôlego e nem aparece mais na liderança das pesquisas. Se em algum momento ele chegou a abrir dez pontos na opinião pública, mas, aparentemente, seu fôlego acabou.
Os votos de Ogan, da direita neo-otomana, serão encaminhados para Erdogan, que também recebeu o endosso formalizado do candidato do terceiro lugar.
Portanto, a virada que já era extremamente implausível se torna praticamente impossível para o candidato do partido kemalista. Com alta participações dos eleitores, fica difícil angariar os mais de cinco milhões de votos necessários para ganhar o pleito.