Nesta quinta-feira (11), o candidato à presidência da Turquia Muharrem Ince abandonou a posição de presidenciável e pediu a transferência de seus votos para Kilicdaroglu, principal opositor do incumbente Recep Tayyip Erdogan.
O primeiro turno das eleições turcas será realizado neste domingo (14) e Erdogan enfrenta uma dura batalha. O líder da direita turca tem apelado para o populismo e levou mais de um milhão de turcos para as ruas em um grande evento de campanha no último fim de semana.
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Mas as pesquisas mostram que é Kilicdaroglu, candidato do partido social-democrata (CHP), que pode vencer as apertadas eleições no próximo fim de semana.
Muharrem Ince era um membro do partido social-democrata, mas foi expulso e criou seu partido de "terceira via", mas abandonou o pleito nesta manhã para fortalecer a oposição de Kilicdaroglu.
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A última pesquisa da Gesch mostra um cenário bizarro: 47% para Erdogan, 47% para Kilicdaroglu, 3% para Ince e 2% para Ogan (candidato de extrema-direita).
Em um cenário de transferência plena de votos de Ince para os sociais-democratas, Kilicdaroglu conseguiria vencer Erdogan no primeiro turno, algo antes não esperado para estas eleições.
O governo Erdogan prendeu diversos opositores e aparelhou gravemente o estado após o autogolpe na presidência em 2017. Contudo, a grave crise econômica - acompanhada de inflação -, além de ameaças à segurança do candidato da oposição e uma péssima gestão da pandemia derrubaram a popularidade de Erdogan.
Em 2020, o presidente tinha quase 65% da população turca ao seu lado. Agora, ele chega aos 45% com esforço e uma mudança de governo pode impactar drasticamente diversos temas da geopolítica.
A Turquia participa ativamente de três conflitos atualmente. Internamente, o país opera uma operação constante de repressão ao Curdistão. Nas suas fronteiras, age na Guerra da Síria, contra o governo Bashar al-Assad e contra os rebeldes curdos de Rojava. Por fim, apoia militarmente seu principal aliado no Cáucaso, o Azerbaijão, na batalha contra a Armênia.
Indiretamente, a Turquia age como mediadora da Guerra entre Ucrânia e Rússia, além de estabelecer diálogos entre lideranças palestinas e israelenses.O país também faz parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Brasil e Turquia compartilham laços históricos - desde o movimento tenentista, similar aos Jovens Turcos -, uma grande onda de imigração oriunda do país se estabeleceu no Brasil. Além disso, os países mantém fluxo comercial de US$ 4,4 bilhões.