Com 95% das urnas apuradas, é possível confirmar: a Turquia terá um segundo turno em suas eleições presidenciais. A contagem dos votos ainda não terminou, mas a liderança de Erdogan tem caído significativamente e deve se estabilizar em 49%, um ponto abaixo da margem para a vitória no primeiro turno.
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Kemal Kilicdaroglu, o "Gandhi Kemalista", recebeu cerca de 45% dos votos para presidente. Em discurso, ele alega que as eleições são uma "ficção" e denuncia fraude eleitoral.
Além das eleições presidenciais, as eleições parlamentares acompanham o mesmo ritmo. A aliança encabeçada pelo AKP, partido de direita islâmico de Erdogan, conquistou a maioria dos votos para deputados com 49,6% dos votos. A aliança de oposição tem 35%, enquanto o bloco de esquerda com os curdos tem 10%, somando 45% para a oposição.
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Segundo turno na Turquia
As eleições de segundo turno estão marcadas para o dia 28 de maio e contarão com uma acirrada disputa entre Kilicdaroglu e Erdogan.
A tendência é que os 5% de votos direcionados para o candidato Sinan Organ, da extrema-direita turca, sejam transferidos para Erdogan. O CHP vai ter que lutar para conseguir conquistar alguns milhões de eleitores para sair vitorioso daqui a duas semanas.
O atual presidente, que está há 20 anos no poder, ganhou na maioria das províncias do interior do país. Kilicdaroglu ganhou nas grandes cidades e nas regiões de maioria curda no leste do país.
"O fato de as eleições de 14 de maio terem ocorrido sob a forma de uma grande festa da democracia com paz e sossego é uma expressão da maturidade democrática da nossa Turquia", disse Recep Tayyip Erdogan através de comunicado oficial após a divulgação dos resultados eleitorais.
O discurso de fraude de Kilicdaroglu foi realizado através de meios oficias. "A ficção, que começou com 60 por cento, agora caiu para menos de 50. Os observadores eleitorais e os funcionários do conselho eleitoral nunca devem deixar seus lugares. Não vamos dormir esta noite, meu povo. Eu aviso à corte eleitoral: vocês têm que fornecer entrada de dados nas províncias", afirmou