O presidente turco Recep Tayyip Erdogan largou em vantagem no primeiro turno das eleições do país. Com 99,9% das urnas apuradas, a autoridade eleitoral da Turquia confirmou a realização do segundo turno entre Kemal Kilicdaroglu (CHP) e o atual mandatário.
As pesquisas eleitorais mostravam uma corrida acirrada, com vantagem para Kilicdaroglu, que é um membro da esquerda secular turca.
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Contudo, Erdogan abriu a contagem de votos com uma ampla margem, com quase 60% dos votos. Ao fim da apuração, Erdogan ganhou 49,5% e Kilicdaroglu recebeu 44,9% dos votos. Em terceiro lugar, ficou Sinan Ogan, da extrema-direita turca, que saiu como independente, com 5,2%. Muharrem Ince, que havia desistido da campanha no início da semana, levou 0,4% dos votos.
Se der a lógica, os votos de Ogan vão para Erdogan, totalizando uma maioria consolidada de 54% contra os 45% de Kilicdaroglu. São duas semanas até o dia 28 de maio, quando os turcos vão novamente para as urnas.
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Mesmo com uma virada histórica, tirando milhões de votos de diferença em um intervalo inacreditável, em eventual governo Kilicdaroglu teria muita dificuldade de governar.
A Aliança do Povo, que reúne o partido de Erdogan (AKP) e outros partidos de direita e neo-otomanos, tem 49,5% dos votos. A 'Alainça Nacional', que reúne o partido de CHP e os liberais do IYI teve 35% dos votos. Somando eles aos votos do EMEK VE OZG, que reúne curdos e a esquerda radical, temos 46% dos votos.
Um bloco de extrema-direita, o ATA, soma 2,4% dos eleitores. Outros 2,5% dos votos foram para partidos que não devem ter representação no congresso.
A maioria simples do Congresso Turco está em 301 representantes, de um total de 600. Contudo, somando as sobras, é possível que a aliança de Erdogan consiga as cadeiras sem precisar da aliança com os nanicos fascistas, que já vão votar junto com ele em diversos casos.
Kilicdaroglu é mais alinhado com a OTAN e com o Ocidente dentro da lógica de política externa da Turquia, apesar de tentar garantir mais políticas de esquerda internamente. Já Erdogan é mais alinhado com a tese do "mundo multipolar", mas possui políticas de islamização do país, além de pautas anti-curdos.