Em entrevista à RTP, uma das principais emissoras de TV de Portugal, neste sábado (22) Lula esclareceu novamente a posição do Brasil em relação à Guerra da Ucrânia, de forma direta condenou a Rússia pela invasão territorial e afirmou que o que quer "é se aliar a um grupo de países que trabalhem para construir a paz".
"Eu não sei quem é que interpreta (isso dessa forma), o Brasil tem uma posição clara, o Brasil condena a Rússia por invadir o espaço territorial da Ucrânia, ponto", declarou.
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Em seguida, Lula enfatizou que o que seu governo não quer "é se alinhar à guerra, o Brasil quer é se aliar a um grupo de países que trabalhem para construir a paz".
"Se toda a gente se envolve diretamente na guerra, a pergunta que eu faço é a seguinte: quem é que vai conversar sobre paz? Quem é que vai conversar com os governos que estão em guerra para discutir a paz? Quem é que vai dar esse passo?", indagou.
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Diante da insistência da mídia sobre o assunto, Lula voltou a repetir que quer colocar os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, juntos em uma mesa de negociação para por fim ao conflito.
"É preciso construir uma narrativa que convença Putin e Zelensky de que a guerra não é a melhor maneira para resolver os problemas", afirmou.
Lula ainda elogiou a recente posição do presidente francês Emmanuel Macron que se manifestou a favor de uma "cúpula da paz", ecoando a proposta brasileira para o conflito, e exortou os EUA e a Europa a trabalharem pela paz.
"Eu não tenho experiência de guerra - a última guerra do Brasil foi a do Paraguai, faz muito tempo. Mas, tenho experiência em muito conflito, entre trabalhadores e empresários. E toda vez que a greve está radicalizada, você precisa encontrar alguém que estabeleça um ponto de equilíbrio entre as conversas. Hoje nós não temos esse ponto de equilíbrio. O Putin acha que continuar atirando na Ucrânia é o ponto de equilíbrio. A Europa e os EUA acham que forçando a Rússia é o ponto de equilíbrio. E o dado concreto é que a guerra continua. A palavra paz desapareceu", disse.