Em Dubai, antes de partir para a Alemanha, o presidente Lula concedeu uma entrevista coletiva neste domingo (3). Ele avaliou positivamente sua participação na 28ª Conferência dos Estados-Partes do Acordo Quadro de Mudança Climática da ONU (COP28).
Em conversa com jornalistas, Lula expressou satisfação com o encontro internacional e destacou o papel crucial do Brasil nas discussões climáticas, enfatizando as oportunidades de desenvolvimento econômico através da bioeconomia e energias renováveis.
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O Brasil é um país que ninguém hoje no planeta pode discutir a questão do clima sem levar em conta a existência do nosso país, sem levar em conta a nossa experiência, e sem levar em conta o que vai acontecer no Brasil nessa questão da transição energética.
Confira os destaques da entrevista
COP28 - Lula destacou que o Brasil tem condições de oferecer ao planeta a quantidade e as variáveis de opção de energia limpa. Ele comentou que a transição energética é uma oportunidade para que o país promova uma revolução econômica a partir da bioeconomia.
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Eu saio daqui muito satisfeito, muito realizado, com muito mais responsabilidade, porque a partir de agora até 2025 é um passo. Parece que está longe, mas quando a gente tem mais responsabilidade o tempo passa muito mais rápido e aí nós vamos ter que trabalhar muito”.
OPEP+ - Lula afirmou que o objetivo do Brasil é influenciar o fórum para que os países ricos invistam em fontes de energia alternativas, ajudando nações menos desenvolvidas. Ele reiterou que o Brasil não pretende ser membro efetivo da OPEP, mas deseja exercer influência na transição energética.
A nossa participação na OPEP Plus é para a gente discutir com a OPEP a necessidade dos países que têm petróleo e que são ricos começar a investir um pouco do seu dinheiro para ajudar os países pobres do continente africano, da América Latina, da Ásia a investir. Eles podem financiar. Eles podem financiar o etanol, podem financiar o biodiesel, podem financiar a eólica, podem financiar solar, podem financiar hidrogênio verde. Esse é o nosso papel.
Mercosul-União Europeia - O presidente brasileiro mencionou o histórico obstáculo imposto pela França e reafirmou a necessidade de equilíbrio e respeito nas negociações. Ele ressaltou que a América do Sul não aceitará um acordo que represente perdas e que a responsabilidade por um eventual fracasso não deve recair sobre o Brasil ou a América do Sul.
Se não tiver acordo, paciência. Não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil. E que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assumam a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão. É sempre ganhar mais. E nós não somos mais colonizados. Nós somos independentes. E nós queremos ser tratados apenas com respeito de países independentes, que temos coisas para vender e as coisas que nós temos para vender tem preço. O que nós queremos é um certo equilíbrio.
Venezuela e Guiana - Lula pediu sensatez e cooperação, destacando a importância da estabilidade regional para o crescimento e o bem-estar dos povos sul-americanos.
Se tem uma coisa que a América do Sul não está precisando agora é de confusão. Se tem uma coisa que nós precisamos para crescer e para melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição de melhorar a vida do povo, e não ficar pensando em briga. Não ficar inventando história. Então, eu espero que o bom senso prevaleça. Do lado da Venezuela e do lado da Guiana.
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