AMÉRICA LATINA

Lula se pronuncia sobre referendo de Nicolás Maduro para anexar 70% da Guiana; veja vídeo

"Provavelmente vai dar o que o Maduro quer", disse o presidente brasileiro, que fez um apelo para que o "bom senso" prevaleça e não seja desencadeada uma nova guerra no mundo, agora na fronteira com o Brasil.

Lula no Aeroporto Al Maktoum, em Dubai, antes de embarcar para a Alemanha.Créditos: Ricardo Stuckert/PR
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Em conversa com jornalistas na manhã deste domingo (3) em Dubai, nos Emirados Árabes, antes de embarcar para a Alemanha, Lula se pronunciou sobre o referendo proposto por Nicolás Maduro na Venezuela sobre a anexação do território de Essequibo, que representa cerca de 70% da Guiana e é rico em petróleo.

"Eu conversei por telefone com o presidente da Guiana por duas vezes. O [assessor especial da Presidência) Celso [Amorim] já foi à Venezuela conversar com o Maduro. É hoje o referendo e provavelmente o referendo vai dar o que o Maduro quer, porque é um 'chamamento ao povo' para aumentar aquilo que ele entende que seja o território dele", iniciou Lula.

O presidente brasileiro ressaltou que o governo Maudro não reconhece acordos feitos sobre o território, firmados inclusive com o Brasil, e fez um apelo para que o caso não se transforme em um conflito armado na região froteiriça com a região norte brasileira.

"Ele [Maduro] não acata o acordo que o Brasil já acatou. Porque não só a decisão de 1887, como a decisão de 1965, onde houve um acordo, um tratado, que o Brasil aceitou. E eles agora estão dizendo que não aceitam. Vamos ver o que vai dar. Só tem uma coisa que o mundo não está precisando, só teum uma coisa que a América do Sul não está precisando agora, que é de confusão. Se tem uma coisa que nós precisamos acrescer e melhorar a vida do nosso povo é a gente baixar o facho, trabalhar com muita disposição para melhorar a vida do povo e não ficar pensando em briga, não ficar inventando história. Então, espero que o bom senso prevaleça do lado da Venezuela e do lado da Guiana", disse.

Indagado se teria medo de uma guerra na região, Lula respondeu de pronto: "E quem é que não tem medo de guerra?", indagou.

"Eu, toda vez que vejo uma coisa daquela explodindo na Faixa de Gaza eu fique imaginando se fosse na minha cabeça. É uma contradição a gente fazer um encontro dessa magnitude e os caras jogando bomba. É uma contradição. A humanidade deveria ter medo de guerra. Porque só tem guerra quando falta o bom senso", disse Lula, se despedindo dos jornalistas que fizeram a cobertura da COP28.

O presidente brasileiro embarcou para a Alemanha, onde será recebido pelo Chanceler Federal da Alemanha, Olaf Scholz, em um jantar na noite. Lula deve retornar ao Brasil na próxima terça-feira, dia 5.