O grupo de 34 brasileiros que busca fugir do massacre das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) ficou de fora da nova lista dos estrangeiros que deixarão Gaza por Rafah, na fronteira com o Egito, divulgada na madrugada desta terça-feira (7).
A nova lista inclui 159 alemães, 104 romenos, 102 uranianos, 80 canadenses, 61 franceses, 51 de Moldona, 46 filipinos e 2 britânicos. Os brasileiros foram ignorados mais uma vez, segundo o embaixador brasileiros na Cisjordânia, Alessandro Cadenas.
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A liberação de estrangeiros foi retomada nesta terça após a fronteira em Rafah ficar fechada nos últimos dois dias, quando não houve liberação para a saída de ninguém da Faixa de Gaza. A passagem foi fechada após um bombardeio de Israel a um comboio de ambulâncias que deixava Gaza rumo ao Egito. Civis, incluindo crianças, foram mortos na ação.
Em entrevista ao Estadão, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou que a "saída de palestinos com dupla nacionalidade demanda uma coordenação com o Hamas, Egito e os Estados Unidos".
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"Estamos envolvidos nas tratativas, mas não está no nosso controle. Existem problemas logísticos, cerca de 500 pessoas estão saindo por dia, não mais que isso", disse Zonshine.
Em meio à especulações sobre uma possível retaliação ao governo brasileiro, diante da posição de Lula que pede ao menos uma pausa humanitária na região, o embaixador afirmou que "Israel não está decidindo quem será incluso na lista, também não estamos impedindo ninguém de sair".
Mas, ponderou que acredita "que os palestinos com nacionalidade brasileira na Faixa de Gaza devem sair do enclave palestino nos próximos dias".
Zonshine ainda culpou o Hamas. "Autoridades americanas afirmaram que o Hamas estava colocando seus combatentes feridos nas listas de pessoas que precisariam de atendimento médico fora da Faixa de Gaza. O Hamas está impondo diversas condições para liberar a saída dos palestinos com dupla nacionalidade e isso está prejudicando a saída das pessoas".
Tragédia humanitária
Em publicação nas redes sociais, a Agência da ONU para Refugiados (UNRWA, na sigla em inglês) emitiu novo alerta para "uma tragédia humanitária de proporções colossais" em Gaza.
"Durante 1 mês, pessoas na Faixa de Gaza tiveram sua ajuda negada, foram mortas e suas casas foram bombardeadas. Lutas diárias para encontrar pão e água. Os apagões isolam as pessoas de seus entes queridos e do resto do mundo. Isto é um deslocamento forçado e uma tragédia humanitária de proporções colossais", afirmou a organização.
Em discurso nesta segunda-feira (6), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que "ninguém está seguro" em meio aos bombardeios de Israel.
"As operações terrestres das Forças de Defesa de Israel e os bombardeamentos contínuos estão a atingir civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e instalações da ONU – incluindo abrigos. Ninguém está seguro".