HORROR

Gaza – 10 mil civis mortos por Israel em um mês; morticínio é sem precedentes

Confira várias comparações com guerras e áreas atacadas em conflitos e veja como ação contra palestinos é única em termos de assassinato em massa de cidadãos comuns

Socorristas e médicos correm com bebê ferido gravemente em hospital de Gaza.Créditos: Twitter/Reprodução
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O ataque realizado pelo grupo palestino extremista Hamas contra localidades israelenses completa um mês nesta terça-feira (7). A ação, que deixou pouco mais de 1.400 mortos entre civis e militares, desencadeou uma reação totalmente desproporcional por parte do Estado judeu, que por meio de megabombardeios lançados por sua aviação de caça, drones e por disparos de navios de guerra estacionados no Mar Mediterrâneo deixou até o momento 10.022 mortos entre os palestinos que vivem na Faixa de Gaza, em sua quase totalidade civis, conforme dados oficiais do Ministério da Saúde de Gaza.

Não há qualquer precedente na história, nas últimas décadas, de um morticínio tão acentuado. Para se chegar a essa conclusão, de que o Estado de Israel promove uma matança de civis que não encontra paralelos, é só analisar os dados dos últimos conflitos armados ocorridos no planeta.

Tomemos, inicialmente, a Guerra do Iraque como parâmetro. O grupo Iraq Body Count – IBC (“Contagem de Corpos no Iraque”, em português), uma entidade não governamental com sede no Reino Unido, divulgou um relatório, em março de 2013, mostrando que 122 mil civis perderam a vida no país, que um dia foi comandado por Saddam Hussein, após a invasão promovida pelos EUA. O problema é que a Guerra do Iraque durou oficialmente de 20 de março de 2003 a 15 de dezembro de 2011. Para ser mais preciso, se estendeu por exatos 105 meses.

Se dividirmos o número de mortes de civis por esse período, a campanha assassina dos EUA que destruiu completamente a nação árabe com uma desculpa mentirosa de que lá havia armas de destruição em massa deixou um saldo de 1.161 óbitos de civis a cada 30 dias.

O Afeganistão, outro país invadido e devastado pela máquina de guerra de Washington, mostra também a gravidade e a desproporção da hecatombe levada a cabo por Israel em Gaza. O conflito teve início em 7 de outubro de 2001, logo após os ataques terroristas que atingiram o Pentágono e o World Trade Center, e se desenrolou até a saída oficial dos norte-americanos do solo afegão, em 30 de agosto de 2021. Ou seja, praticamente 20 anos. Foram 238 meses de guerra e mais de 47 mil civis mortos, o que dá uma média 197 moradores sem envolvimento com o conflito perdendo a vida por mês, de acordo com o relatório “Os custos da guerra”, produzido por acadêmicos da Universidade de Brown, de Rhode Island.

Outro caso a ser analisado é o da cidade de Grózny, capital da Chechênia. O local já foi considerado a cidade mais destruída da Terra após uma avassaladora campanha militar da Rússia que durou oito meses em sua fase de batalhas, entre 1999 e 2000, e deixou, usando as estimativas mais assustadoras, oito mil civis mortos, algo como mil por mês. Mariupol, na Ucrânia, considerada a mais devastada e sangrenta área atingida pela ofensiva desencadeada pelo Kremlin, no ano passado, durante os três meses exatos em que sofreu um cerco, somou seis mil civis mortos, uma média de dois mil a cada 30 dias.

O mais assustador no caso dos ataques israelenses são os alvos atingidos por seus caças supersônicos, como quatro escolas da ONU usadas por civis como abrigo, um dos maiores campos de refugiados do mundo (com aproximadamente 116 mil pessoas até antes do início do conflito atual), colunas de ambulâncias com pacientes em estado grave e pelo menos 11 hospitais, números que mantém a liderança absoluta entre as estatísticas das últimas guerras registradas no mundo e no intervalo mínimo de apenas um mês.