A Guerra Israel-Palestina é um conflito que se estende há décadas e polariza a comunidade internacional, que se divide entre grupos mais próximos da nação israelense e outros grupos que se aproximam mais dos palestinos.
75 anos depois, a guerra continua e se intensifica, em especial após os ataques de 7 de outubro de 2023 perpetrados pelo Hamas contra territórios controlados por Israel.
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O conflito tem raízes no colonialismo britânico e começou oficialmente em 1948, com a Nakba (A Tragédia), em que colonos israelenses expulsam milhões de palestinos de suas terras para garantir a criação do estado judeu e se estende até os dias de hoje.
O que é o conflito israelo-palestino? - resumo
Após o Holocausto, diversos ideólogos judaicos passaram a defender a criação de um estado para os judeus étnicos. Diversos locais foram propostos, como Uganda, parte da Anatólia e até o Oblast Autônomo Judaico na União Soviética.
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Contudo, com apoio britânico, foi criado um estado de judeus no Mandato Britânico da Palestina. Em 1948, começa-se a Nakba, com milhares de judeus expulsando os árabes de suas casas pela criação do estado judeu.
Judeus e palestinos viviam de maneira relativamente pacífica no atual território israelo-palestino há séculos, e o conflito foi iniciado em 1948.
A formação de um estado judeu e outro palestino foi aprovada pela Organização das Nações Unidas. O problema é que, desde então, todas as tentativas de formação de um estado foram sabotados por Israel.
O conflito nunca parou e, todos meses, embates entre palestinos e israelenses ocorrem em menor escala. Grandes conflitos foram registrados nas seguintes datas e marcam o conflito:
- Crise de Suez, em 1956, quando Israel tentou ocupar a península do Sinai, no Egito.
- Guerra dos Seis Dias, em 1967: Israel expandiu seu território na Península do Sinai, no Líbano e na Síria, no primeiro conflito contra a Fatah, principal organização da Organização pela Liberação da Palestina
- Guerra do Yom Kippur, em 1973: Egito e Sìria iniciaram um conflito para retomar territórios tomados em 1967 e tentar destruir o estado israelense. Esse evento desencadeou a Crise do Petróleo, que acabou influenciando drasticamente toda a economia global.
- Primeira Intifada: Em 1987, os palestinos passaram a atacar as forças israelenses que colonizavam as regiões da Cisjordânia.
- Segunda intifada: Em 2000, um conflito do mesmo tipo se instaurou ao redor dos territórios ocupados por Israel na Palestina
- Guerra em Israel de 2023: recentemente, uma operação do Hamas contra os territórios ocupados por Israel nas proximidades fez com que Telavive declarasse guerra.
Quem são os atores envolvidos
O conflito israelo-palestino tem décadas e envolve diversos atores globais e internacionais. Vamos fazer um resumo dos principais participantes:
Entidades pró-Israel
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IDF: As Forças de Defesa de Israel (IDF) são as forças militares de Israel, compreendendo o exército, a marinha e a força aérea israelenses. Foi estabelecida em 31 de maio de 1948, apenas duas semanas após a declaração de independência de Israel.
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EUA e Reino Unido; Estados Unidos e Reino Unido enxergavam em Israel um potencial parceiro no Oriente Médio no contexto da Guerra Fria. Os EUA são os principais financiadores das capacidades de defesa militar do país. No conflito de 2023, Joe Biden já anunciou apoio para o IDF.
Entidades pró-Palestina
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Hamas: O Hamas é uma organização nacionalista palestina e islâmica que surgiu na Palestina na década de 1980. Tem sede na Faixa de Gaza e tem ligação à entidade internacional Irmandade Muçulmana e tem apoio do estado do Qatar. O Hamas possui uma ala de serviços sociais, uma ala política que governa a Faixa de Gaza e uma ala militar que realiza ações militares contra Israel
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Fatah: O Fatah é um partido político palestino nacionalista e social-democrata de esquerda. É a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma confederação de partidos políticos, e o segundo maior partido no Conselho Legislativo Palestino (CLP). Possuem muita força na Cisjordânia e, desde 1994, não atuam militarmente contra Israel.
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Jihad Islâmica Palestina: A Jihad Islâmica Palestina (PIJ) é uma organização militante palestina que é considerada um grupo terrorista pelos governos dos Estados Unidos, União Europeia, Japão, Austrália e Israel. O grupo prega a destruição do estado judaico e o estabelecimento de um estado islâmico na Palestina. A PIJ realizou diversos ataques terroristas, como o atentado suicida no Dizengoff Center. Segundo fontes, o financiador principal é o Irã.
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Hezbollah: O Hezbollah é um partido político islâmico xiita e grupo militante com base no Líbano. É considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo os Estados Unidos, Canadá e Israel. O Hezbollah foi fundado na década de 1980 com o objetivo de resistir à ocupação israelense do Líbano e esteve envolvido em vários conflitos, incluindo a Guerra do Líbano de 2006. Também são financiados pelo Irã.
O que é Faixa de Gaza?
A Faixa de Gaza é uma estreita faixa de terra localizada na costa leste do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio. É uma região que faz parte dos Territórios Palestinos e faz fronteira com Israel a leste e norte, bem como com o Egito a sudoeste. A Faixa de Gaza tem aproximadamente 41 quilômetros de comprimento e varia de 6 a 12 quilômetros de largura, cobrindo uma área total de cerca de 365 quilômetros quadrados.
A região tem uma história complexa e é densamente povoada, com uma população predominantemente palestina. Ela tem sido uma área de conflito intenso ao longo das décadas.
Em 2005, Israel retirou suas forças de segurança e colonos da Faixa de Gaza em um movimento unilateral, encerrando assim sua ocupação direta da região. No entanto, Israel mantém um bloqueio estrito sobre a Faixa de Gaza, controlando suas fronteiras terrestres, aéreas e marítimas, como medida de segurança e devido a preocupações com a segurança.
Em 2023, foi a primeira vez que os palestinos de Gaza avançaram para fora da região, considerada a "maior prisão a céu aberto do mundo".
O que Israel quer na Palestina?
O principal objetivo de Israel na Palestina é a conquista das regiões da Cisjordânia, que são chamadas Samaria e Galileia no vocábulo do expansionismo israelense.
Além disso, o governo israelense planeja transformar Jerusalém em sua capital. Jerusalém, porém, é uma cidade controlada por Israel, pelo Vaticano e pelo estádio da Jordânia, e, segundo os acordos de 1948 não é nem palestina, nem israelense.
Por fim, a maior parte da política israelense acredita na solução de um estado, sem a existência de um estado laico palestino, apenas um estado etnicamente judeu.
O que a Palestina quer?
Os palestinos mais conciliadores defendem os Acordos de Oslo e a solução de dois estados com a manutenção das fronteiras entre Cisjordânia e Faixa de Gaza e Israel.
Os palestinos que desejam a liberação total da Palestina querem o fim do estado de Israel e a formação de um estado palestino na região.
Muitos defendem a criação de um estado laico multiétnico e multirreligioso na região. Outros defendem a criação de um estado islâmico religioso similar aos do Golfo.
O que é sionismo?
O sionismo é um movimento político e ideológico que surgiu no final do século XIX e que defende a criação e o apoio a um Estado judaico na Terra de Israel. O termo "sionismo" deriva de "Sião", que é uma referência a Jerusalém, e tem raízes profundas na aspiração de alguns judeus de retornar à Terra de Israel, sua pátria ancestral.
Sionismo - origens:
A história do sionismo moderno remonta ao final do século XIX e está profundamente enraizada na aspiração dos judeus de estabelecer um estado nacional judaico na Terra de Israel. O movimento sionista foi influenciado por uma série de fatores históricos, políticos e sociais, e suas origens podem ser traçadas da seguinte maneira:
No século XIX, o antissemitismo na Europa estava em ascensão, e os judeus enfrentavam discriminação e perseguição em muitos lugares. Isso levou a um ressurgimento do interesse na ideia de retorno à Terra de Israel. Influenciados pelo Iluminismo e pelo nacionalismo europeu da época, alguns judeus começaram a pensar na criação de um estado judeu independente.
O sionismo moderno é frequentemente associado a Theodor Herzl, um jornalista judeu austríaco que publicou o livro "O Estado Judeu" em 1896. Neste livro, Herzl argumentou que os judeus deveriam buscar a criação de um estado judaico soberano para resolver o problema do antissemitismo. Ele convocou o Primeiro Congresso Sionista em 1897 em Basileia, Suíça, que marcou o início do movimento sionista organizado.
O movimento sionista ganhou apoio de judeus de várias partes do mundo, e muitos começaram a fazer a "Aliyah" (imigração) para a Terra de Israel, então sob o domínio do Império Otomano. Os primeiros colonos judeus fundaram assentamentos na região.
Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1917, o governo britânico emitiu a Declaração de Balfour, expressando apoio à criação de um "lar nacional para o povo judeu" na Palestina. Após a guerra, a Liga das Nações concedeu à Grã-Bretanha um mandato para administrar a Palestina, que incluía o apoio ao estabelecimento de um estado judaico.
O que é nakba?
"Nakba" é uma palavra árabe que significa "catástrofe" ou "desastre". Ela é usada para se referir à experiência dos palestinos árabes durante e após a Guerra Árabe-Israelense de 1948, também conhecida como a Guerra da Independência de Israel.
A Nakba representa a perda de suas terras, casas e comunidades durante esse conflito e a subsequente criação do Estado de Israel. Para os palestinos, a Nakba simboliza o exílio em massa, a dispersão e a injustiça que eles sofreram como resultado desse conflito, e é uma parte fundamental de sua narrativa histórica.
Antissemitismo e antissionismo - diferença:
Antissemitismo é um termo que se refere ao preconceito, hostilidade, discriminação ou ódio direcionado aos judeus como um grupo étnico, religioso ou cultural.
Pode manifestar-se de várias formas, incluindo estereótipos negativos, discriminação no emprego, perseguição religiosa, violência física e até mesmo genocídio, como o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.
O antissemitismo existe há séculos e é um problema global, afetando as vidas e a segurança dos judeus em várias partes do mundo. Ele não deve ser confundido com o antissionismo.
O antissionismo refere-se à oposição à ideia ou ao movimento sionista, que defende a criação e o apoio a um Estado judaico na Terra de Israel.
Pode assumir diversas formas, desde críticas políticas legítimas à política do Estado de Israel até oposição à existência de Israel como um estado. Nem todo antissionismo é antissemitismo.