Nesta quinta-feira (19), o presidente Lula se reuniu com Jean Paul Prates, o presidente da Petrobras, e Haitham al-Ghais, secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, o maior cartel do setor petroleiro do mundo.
Em setembro, durante a cúpula do G20, Lula se manifestou afirmando que o Brasil não tinha planos a curto prazo de entrar na Opep. "Eu vou dizer que a gente não vai se juntar à Opep", disse Lula em uma coletiva de imprensa em Nova Délhi, na Índia.
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Porém, ele não descartou uma possível entrada do Brasil no futuro. "Eu não posso ser definitivamente contra, depende da circunstância política", declarou.
O que é a Opep?
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) tem como objetivo controlar a produção e o preço do petróleo dos seus países-membros, atuando diretamente com cotas máximas de barris de petróleo por dia para evitar/amenizar crises econômicas, com superprodução ou escassez do produto.
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Além disso, a Opep contribuiu, de forma significativa, para o enriquecimento de seus filiados, como os países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Kuwait e Catar). A organização também possui um fundo econômico, o Fundo da Opep, destinado a políticas de investimento em infraestrutura em vários países.
Quais as consequências de uma entrada na Opep
No entanto, críticos à entrada do Brasil na Opep afirmam que não seria vantajoso para o Brasil no momento em que o país planeja acelerar a produção de petróleo. Como a organização regula o mercado, o Brasil teria de condicionar sua produção ao estabelecido pelo cartel.
Os defensores do Brasil na OCDE - algo que não é prioridade do governo Lula - também argumentam que a entrada na Opep é incompatível com a estratégia do Brasil de aproximação do Ocidente e da liberalização da produção petrolífera.
Uma entrada na Opep daria mais um canal para o Brasil dialogar com países do Oriente Médio, além de garantir a comercialização do petróleo para o exterior em valores mais altos do que o padrão atual.
Quais são os países da Opep?
Atualmente, fazem parte da Opep: Argélia, Angola, Gabão, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, República do Congo, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.
O que a Opep tem a ver com a Palestina?
Em 1973, os países da Opep aumentaram subitamente os preços de petróleo e causaram uma crise econômica mundial de proporções nunca antes vistas para boicotar os EUA e o Estado de Israel. A crise de superinflação brasileira durante a ditadura se iniciou após a "crise do petróleo", que tinha relação com a Palestina.
No entanto, nos dias atuais, apesar de alguns países membros da organização atuarem em favor da causa palestina, a organização tem caráter mais econômico do político.