O militar boliviano Mario Terán Salazar, o homem que executou, em 1967, o guerrilheiro argentino-cubano Ernesto "Che" Guevara, morreu nesta quinta-feira (10), aos 80 anos, em Santa Cruz de la Sierra, no leste da Bolívia, de acordo com pessoas próximas.
O jornal argentino Clarín afirma que pessoas próximas informaram que Terán Salazar estava doente, mas a enfermidade não foi especificada. Ele deixa uma esposa e dois filhos.
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O hospital se recusou a confirmar a morte e a causa por "confidencialidade médica".
Morte de Che Guevara
Che Guevara foi detido pelo exército boliviano em 8 de outubro de 1967, com apoio de dois agentes da CIA cubano-americanos.
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Che estava à frente de um grupo de guerrilheiros que tinha sobrevivido a combates, à fome e a doenças.
Ferido em combate, foi levado para uma escola abandonada no povoado de La Higuera.
Ali passou sua última noite. Foi crivado de balas no dia seguinte por Terán com o aval do então presidente René Barrientos (1964-1969), um anticomunista ferrenho.
"Você vai matar um homem"
"Esse foi o pior momento da minha vida. Nesse momento, vi o Che grande, muito grande, enorme. Seus olhos brilhavam intensamente", relatou Terán na época.
"Sentia que se jogava em cima de mim e quando me olhou fixamente, tive um enjoo. Pensei que com um movimento rápido, o Che poderia tirar minha arma. 'Fique sereno - me disse - e mire bem! Vai matar um homem!' Então, dei um passo para trás, até a soleira da porta, fechei os olhos e atirei", contou o militar.
O tiro, dado a queima-roupa, forjou o maior herói da América Latina e um dos maiores do planeta.
Após 30 anos de serviço, Terán se reformou e se manteve no anonimato, evitando a imprensa. Chegou, inclusive, a afirmar que o assassino de Guevara não tinha sido ele, mas outro militar com mesmo nome e sobrenome.