Aconteceu na última sexta-feira (9), na cidade de La Paz, um ato em homenagem aos 47 soldados bolivianos que venceram a guerrilha liderada pelo revolucionário cubano-argentino Ernesto Che Guevara, e o assassinaram, também em um 9 de outubro, no ano de 1967, quando o país andino vivia sob a ditadura de René Barrientos.
O ato foi encabeçado por Jeanine Áñez, que governa a Bolívia desde 12 de novembro de 2019, quando foi imposta no poder pelas Forças Armadas, após o golpe de Estado que obrigou o presidente eleito Evo Morales a fugir do país.
“A lição que demos aos bolivianos e ao mundo inteiro, com a vitória e o fim definitivo de Che Guevara na Bolívia, é que este território não é lugar de ditaduras, nem a comunista, ne a fascista, nem a populista”, declarou a ditadora Áñez.
Outra declaração polémica durante o ato foi a do ministro de Defensa, Fernando López Julio, para quem o exemplo do assassinato de Che Guevara, “que veio para a impor a ditadura comunista em nosso país, com seu modelo político e econômico, serve de alerta para cubanos, venezuelanos, argentinos e outros que se atrevam a achar que podem ‘mudar o mundo’ dentro do nosso território”.
López também criticou o ex-presidente boliviano Evo Morales, dizendo que ele “manchou a honra das Forças Armadas, trocando o orgulho pela vergonha”, ao não realizar, durante seus 13 anos de mandato, a mesma homenagem que o governo organizou este ano.