Enquanto o Brasil se aproxima de 150 mil mortes provocadas pela pandemia do novo coronavírus, marcada pela ausência de uma política firme de combate por parte do Governo Federal, e a fome volta a atingir a população brasileira, o presidente Jair Bolsonaro decidiu celebrar a morte do ex-guerrilheiro Che Guevara, ocorrida em 9 de outubro de 1967.
"9 de outubro - Morria na Bolívia o facínora comunista Che Guevara, cujo legado só inspira marginais, drogados e a escória da esquerda. Com seu fim, o comunismo perdia força na América Latina, mas voltaria via Foro de SP, o qual seguimos combatendo", escreveu o ex-capitão no Twitter, dois dias depois do vice-presidente Hamilton Mourão exaltar o notório torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra - de quem Bolsonaro é fã - durante entrevista ao jornal alemão Deutsche Welle.
Ele ainda ironizou lembrando da partida da Seleção Brasileira contra a Bolívia. "Hoje tem Brasil x Bolívia", tuitou. Um dos principais ícones da Revolução Cubana, o médico e revolucionário Ernesto Che Guevara foi assassinado em La Higuera, na Bolívia, em 1967, quando tentava estabelecer uma base de guerrilha no local.
A declaração foi criticada por parlamentares nas redes. "Exemplos inspiradores são: Pastor Everaldo que batizou vocês no Rio Jordão e está preso, a deputada Flor de Lis, guia espiritual da família, o Queiroz e esposa que pagavam as despesas de vocês inclusive da Micheque, a mãe e a mulher do Capitão Adriano e o torturador Ustra !!", respondeu o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) fez questão de lembrar das 150 mil mortes. '"É inacreditável que Presidente perca seu tempo postando algo tão ignorante perante aos fatos históricos. Facínora é quem tem 150 mil mortes nas mãos. Que tal dedicar o seu tempo pra renda básica, saúde, educação e enfrentar a pandemia? Mas não. Só reproduz ódio e desinformação", tuitou.
"Como de costume e sem surpresas, o energúmeno, que não consegue governar, escolhe destilar ódio para juntar o gado ! Assim tenta evitar que se conheça a história. Saudações de Guevara para o povo oprimido das Américas!', escreveu o também deputado Rogério Correia (PT-MG).