Seleção mais celebrada na Copa do Mundo 2022, Marrocos é o primeiro país africano e árabe a chegar à fase semifinal. Até então, outros países africanos haviam chegado no máximo às quartas de final em torneios passados - Camarões, Senegal e Gana - e nenhuma nação árabe tinha chegado tão longe. Na verdade, conforme informação da BBC Brasil, as únicas seleções fora da Europa e da América do Sul a chegar às semifinais da Copa do Mundo foram os Estados Unidos, em 1930, e a Coreia do Sul, em 2002.
Mas uma curiosidade interessante sobre os "Leões do Atlas", como a seleção marroquina é conhecida, é que 14 de seus 26 jogadores não nasceram no país. Isso ocorre graças a uma política definida pela federação de futebol do país diante do intenso fluxo migratório de marroquinos para países europeus, sobretudo.
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Talentos da diáspora
A Federação Marroquina de Futebol iniciou um trabalho, partir de 2010, a fim de captar talentos nas numerosas populações marroquinas que emigram e formam grandes comunidades em países do norte global. Por isso, da equipe de 26 jogadores, 14 nasceram fora do solo marroquino: Bounou, El Kajoui, Hakimi, Mazraoul, Saiss, Amrabat, Ziyech, Zorouy, Chair, Aboukhlal, Amallah, Boufai, El Khannous e Chedira. Quatro deles nasceram na Holanda, quatro na Bélgica, dois na França, dois na Espanha, um na Itália e um no Canadá. Além da busca de talentos na diáspora, os marroquinos também criaram meios para fortalecer os talentos que nascem e crescer em território pátrio.
"Até tentei com a seleção espanhola, mas vi que não era o meu lugar, não me sentia em casa. Não era por nada em particular, mas pelo que sentia, porque não era o que tinha absorvido e vivido em casa, que é cultura árabe, sendo marroquino. Queria estar na seleção marroquina", declarou Achraf Hakimi ao jornal esportivo espanhol Marca, antes mesmo da Copa do Mundo. Hakimi foi autor do gol que levou o jogo contra a Espanha para os pênaltis
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Técnico africano
Outra mudança importante foi no comando da equipe. Tradicionalmente, as seleções africanas convocavam técnicos europeus buscando competitividade, mas os resultados ao longo da história não chegam a empolgar. Neste ano as cinco seleções classificadas escolheram técnicos de seus próprios países, em sua maioria ex-jogadores das respectivas equipes, como é o caso do treinador do Marrocos, Walid Regragui.