Mesmo com a derrota nas semifinais diante da França, o Marrocos foi sem dúvida a grande sensação da Copa do Mundo do Catar 2022. Primeira seleção africana e árabe a chegar à fase semifinal, os marroquinos estrearam empatando sem gols com a Croácia, que mais tarde eliminou o Brasil, para em seguida vencerem os dois jogos seguintes. Contra a Bélgica, por 2 a 0, com gols de Saïss e Aboukhal e contra o Canadá, por 2 a 1, gols de Ziyech e En Nesri.
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Em seguida os marroquinos foram às oitavas de final, onde arrancaram novo empate sem gols em partida histórica com a Espanha, vencendo nos pênaltis graças a grande atuação do goleiro Bounou e do lateral direito Hakimi, que cobrou a penalidade derradeira. Nas quartas o Marrocos bateu Portugal, de Cristiano Ronaldo, com gol solitário de En-Nesyri e chegou às seminais, quando perdeu para a França, atual campeão mundial, por 2 a 0. Agora os marroquinos encaram a Croácia, no próximo sábado (17), no estádio Internacional Khalifa, de olho no terceiro lugar da Copa do Mundo.
O próprio Hakimi, que cobrou o pênalti decisivo contra os espanhóis, é nascido em Madri, na Espanha, filho de imigrantes marroquinos, característica comum em uma seleção que tem 15 dos seus 26 jogadores nascidos na diáspora. Dentre eles, quatro nasceram na França: Romain Saïss, Amine Harit, Sofiane Boufal e Walid Redragui. Outros quatro na Holanda: Noussair Mazraoui, Sofyan Amrabat, Hakim Ziyech e Zakaria Aboukhal. Os três nascidos na Bélgica são Selim Amallah, Ilias Chair e Bilal El Khannous e os dois na Espanha são Achraf Hakimi e Munir Mohamed. Além deles, Walid Chedira nasceu na Itália e o goleiro Yassine Bounou no Canadá.
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Isso ocorre porque a Federação Marroquina iniciou um importante trabalho, a partir de 2010, a fim de captar talentos nas numerosas populações marroquinas que emigram e formam grandes comunidades em países do norte global. E o resultado da busca já começou a trazer resultados no Mundial Sub-17 de 2013. Na ocasião os marroquinos já contavam com 6 ‘estrangeiros’ entre os 11 titulares. Sofyan Amrabat era um dos presentes nessa equipe.
O trabalho foi sendo desenvolvido e em setembro passado, na última partida realizada da sua seleção sub-20, contra o Chile, o Marrocos apresentou cinco titulares estrangeiros e venceu por 1 a 0. Mas além da busca de talentos na diáspora, os marroquinos também criaram meios para fortalecer os talentos que nascem e crescer em território pátrio.
“Desenvolver talentos também passou a ser importante quando o Marrocos, em 2009, inaugurou a Academia Mohamed VI de Futebol. A estrutura conta com 5 campos, alojamentos, refeitório, centro médico, piscina e academia. É uma estrutura de primeira qualidade que já deu resultado nessa Copa. Alguns destaques da Seleção no mundial iniciaram suas trajetórias justamente na Academia Mohammed VI. En-Nesyri, Ounahi e Aguerd são exemplos de sucesso do projeto que visa desenvolver talentos dentro do país”, escreveu o jornalista esportivo Rodrigo Fragoso, da TNT Sports, em sua conta no Twitter.
Fragoso ainda nos lembra que além de sensação da Copa do Mundo do Catar, o Marrocos é o atual bicampeão da Copa Africana de Nações, obtendo um retrospecto invicto nos últimos 12 jogos por competições continentais. Também no futebol de clubes, o Marrocos tem sido a grande sensação do futebol africano nos últimos, com seus clubes que são os únicos a rivalizar com as fortes equipes egípcias. O Wydad Casablanca, por exemplo, é o atual campeão da Champions Africana, enquanto o RS Berkane foi campeão da Confederations Cup.
*Com informações do repórter Rodrigo Fragoso, da TNT Sports.