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Seleção da Suíça chega com moral na Copa do Mundo do Catar 2022 após deixar Itália fora

Frequentemente presente em mundiais, sem brilho no ataque e com defesas sólidas, dessa vez a Suíça chega um pouco mais badalada para encarar Brasil, Sérvia e Camarões; saiba tudo sobre a Suíça

Granit Xhaka, atacante do Arsenal e da seleção da Suíça.Granit Xhaka, atacante do Arsenal e da seleção da Suíça, em partida contra a Argentina em 2012.Créditos: Fanny Schertzer/Wikimedia Commons (Creative Commons)
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A Seleção da Suíça é adversária de Brasil, Sérvia e Camarões pelo Grupo G da Copa do Mundo do Catar 2022. Frequentemente presente em mundiais sem apresentar muito brilho e geralmente com defesas sólidas, dessa vez a Suíça chega um pouco mais badalada, após ter sido uma das responsáveis pela não classificação da tetracampeã Itália. O Grupo G, inclusive, é quase igual ao Grupo E da Copa de 2018, na Rússia, que tinha Suíça, Sérvia, Brasil e Costa Rica. Na edição deste ano, sai a Costa Rica e entra a seleção de Camarões.

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Com cinco vitórias e três empates, a Suíça terminou o Grupo C das Eliminatórias Europeias dois pontos na frente dos italianos, que venceram quatro partidas e empataram três. Com o resultado final, a Suíça estava garantida enquanto Irlanda do Norte, Bulgária e Lituânia ficaram de fora, e a Itália foi para a repescagem, onde perdeu em casa, por 1 a 0, para a Macedônia do Norte. Os norte-macedônios em seguida perderiam a vaga para Portugal na fase final da repescagem.

As melhores participações suíças em Copas do Mundo ocorreram em 1934 (Itália), 1938 (França) e 1954 (Suíça), quando atingiu as quartas de final. Entre 1958 (Suécia) e 1990 (Itália), ou não se classificou ou já caiu na primeira fase. Em 1994, nos Estados Unidos, voltou a passar pela fase de grupos após 40 anos, mas caiu nas oitavas de final para a Espanha. Após dois mundiais fora, voltou em 2006 onde se destacou por apresentar uma excelente defesa, que mesmo eliminada não tomou nenhum gol - ganhando o carinhoso apelido de “ferrolho suíço” entre torcedores brasileiros.

Na ocasião conseguiram empate sem gols com a França logo na estreia e em seguida venceram Togo e Coreia do Sul por 2 a 0. Caíram para a Ucrânia nas oitavas de final, nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal. Desde então a Suíça participou de todas as demais copas. Em 2010, na África do Sul, voltou a cair na primeira fase e nos dois mundiais seguintes atingiu as oitavas de final.

Neste ano a Suíça estreia contra o Camarões na próxima quinta-feira (24 de novembro), às 7h de Brasília, no estádio Al Janoub. Na sequência do Grupo G, é a vez de encarar o Brasil na segunda-feira seguinte (28), às 13h no Estádio 974. Encerrando sua participação na fase de grupos em partida que provavelmente trará uma disputa direta ou indireta por vaga, a Suíça joga contra a Sérvia novamente no Estádio 974 em 2 de dezembro (sexta-feira), às 16h.

O que você precisa saber sobre a política na Suíça

A Suíça funciona em um sistema de República federal parlamentarista, em que o governo é exercido pelo Conselho Federal, composto por membros eleitos em cada cantão do país. Os cantões têm autonomia para escolher seus participantes. Do Conselho saem o presidente e o Chanceler. Atualmente os cargos são ocupados por Ignazio Cassis e Walter Thurnherr. O Conselho Federal está sediado na capital Berna, quanto a sede do poder Judiciário fica em Lausane.

A maior parte do país fala o Suíço-Alemão, variação própria do idioma alemã. Cerca de 60% da população, localizadas nas áreas central, norte e leste, falam o dialeto. O francês é falado no oeste do país por cerca de 20% da população, enquanto no sul se fala italiano, aproximadamente 7% da população. Os demais pode ser bilíngues ou ainda, em menor porcentagem, falantes do romanche em trechos do leste suíço, a quarta língua oficial do país, oriunda do latim levado pelos romanos séculos atrás.

O que você precisa saber sobre a história da Suíça

O helvécios, povo de origem celta, foram os primeiros a habitar a região centro-norte da Europa onde hoje está a Suíça. Os romanos controlaram o território entre os anos 58 a.c. e 400 d.c. Nesse período cidades como Genebra, Lausane e Zurique foram fundadas. Após a queda do Império Romano e as posteriores invasões de burgúndios, alamanos e lombardos, a história suíça se perdeu até o século VIII, quando entrou para a coalizão dos francos, de Carlos Magno em processo que iria desembocar na sua entrada, em 1033, para o Sacro Império Romano-Germânico.

Em 1291 foi fundada a primeira Confederação Helvética. Dois séculos depois a Confederação começou a se expandir, até 1513, quando atingiu um limite territorial próximo do atual. A independência formal dos Helvéticos, ou Suíços, só seria reconhecida internacionalmente em 1648. A Suíça era então uma confederação de feudos, até que influenciado pela Revolução Francesa de 1789, o povo suíço fez sua própria revolução em 1798, criando a República Helvética.

Ao longo do século XIX a Confederação Helvética, republicana, foi se industrializando e evoluindo seu sistema político até atingir os atuais estágios político e econômico. Mesmo rodeada por potências militares, manteve-se neutra nas duas Grandes Guerras Mundiais. No pós-guerra liderou o movimento democratizante na Europa Ocidental, sobretudo com a aprovação em 1958 do sufrágio universal feminino.

O que você precisa saber sobre a economia da Suíça

A Suíça tem cerca 8,5 milhões de habitantes e apresentou um PIB de 813 bilhões de dólares em 2021, o que molstra uma renda per capita de 93 mil dólares. O país ainda é dono do maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta: 0,962. Obviamente se trata de um país rico, no qual a população tem um padrão elevado de vida. Além disso, cerca de dois terços do seu território é coberto por áreas naturais que incluem florestas, montanhas, rios e lagos.

Sua presença nos sistemas bancário e financeiro é essencial para o sucesso da economia. Tanto que o país é famoso no jargão popular brasileiro como o lugar onde pessoas corruptas, sobretudo políticos e empresários, colocariam o seu dinheiro para evadir divisas. Isso se deve a livre circulação de capitais, permitida no país desde o século XIX, o que o torna na principal “praça financeira” do planeta.

A agricultura suíça é forte, mas não cobre todas as necessidades da população, sendo necessário importar comida. A indústria se destaca na produção de máquinas, metalurgia, têxtil e relojoaria. A indústria alimentícia é mundialmente conhecida pela produção de chocolates e queijos, além de outros derivados de leite. O país também é forte em termos de educação, infraestrutura e investimentos em ciência e tenologia.

O que você precisa saber sobre a Cultura da Suíça

Como vimos, a Suíça é mais um país multicultural da Europa, tendo influências francesa, alemã, italiana, além de alguns aspectos bem característicos dos helvéticos. Na literatura, seus principais clássicos em alemão são Jeremias Gotthelf, Gottfried Keller, Max Frisch e Friedrik Durrentmatt. Em língua francesa, o importante filósofo Jean-Jacques Rousseau é o principal expoente. Além deles há também a escritora Johanna Spyri, famosa autora de livros infantis que viveu ao longo do século XIX.

Se no futebol a Suíça não é exatamente um destaque, no tênis, esporte preferido da população, apresentou para o mundo o multicampeão Roger Federer.

A seleção da Suíça: Os jogadores que vão participar da Copa

Com o objetivo de perder a imagem de coadjuvante em Copas do Mundo, a Seleção da Suíça tem que mostrar serviço no Grupo G contra a Sérvia e Camarões, além de fazer um bom jogo contra o favorito Brasil. Para isso, o técnico Murat Yakin conta com um elenco que dispõe de jogadores experientes, que atuam em diversas ligas europeias.

Seu principal destaque é o atacante Granit Xhaka, do Arsenal, que ao lado dos brasileiros Martinelli e Gabriel Jesus está com um dos melhores ataques da Premier League e levou seu time à primeira colocação após mais 15 anos sem ocupá-la. Nascido em Basel em 1992, Xhaka começou a carreira em 2010 no FC Basel, time de sua cidade e um dos principais do país. Entre 2012 e 2016 atuou pelo Borussia Monchengladbach, da Alemanha, e desde 2016 joga no Arsenal. Pela seleção já marcou 12 gols em 104 partidas.

Outros destaques da equipe ficam por conta dos responsáveis pelo “ferrolho suíço” no Catar. Akanji, do Manchester City é o principal nome. Além dele também se destacam Ricardo Rodríguez, do Torino, e Schär, do Newcastle United. Zakaria, do Chelsea, é outro destaque do ataque helvético.