A Seleção da França chega ao Catar como uma das favoritas ao título da Copa do Mundo, ao lado de Brasil e Argentina. Mas a missão de confirmar o favoritismo, defender o título de 2018, conquistado na Rússia, e, de quebra, faturar o tricampeonato, não será tarefa fácil. O treinador Didier Deschamps, campeão mundial como jogador em 1998 e como treinador 20 anos depois, manteve a base do último mundial e é o favorito para terminar a primeira fase na liderança Grupo D, onde enfrentará Dinamarca, Tunísia e Austrália.
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A seleção francesa é bicampeã da Eurocopa. Venceu em 1984, quando sediou o torneio, e em 2000. Também é bicampeã da Copa do Mundo, tendo vencido em 1998, quando sediou o torneio e bateu o favorito Brasil na final por 3 a 0 com atuação de gala do meia Zinedine Zidane, além, é claro, da vitória na última Copa do Mundo, em 2018, na Rússia. Para ir à Copa do Mundo do Catar, em 2022, diferente de outras edições em que o campeão já estaria automaticamente classificado, a França jogou as Eliminatórias Europeias. Classificou-se com folga no Grupo D, deixando para trás Ucrânia, Finlândia, Bósnia e Cazaquistão.
A França acabou eliminada na primeira fase do mundial em 1930 (Uruguai), 1934 (Itália), 1954 (Suíça), 1966 (Inglaterra), 1978 (Argentina), 2022 (Coreia do Sul e Japão) e em 2010 (África do Sul). Em 1938, quando sediou a Copa do Mundo pela primeira vez, acabou caindo na segunda fase. Em 1958 (Suécia) e em 1986 (México) a França chegou ao terceiro lugar – em 86 bateu o Brasil nas quartas de final, em famoso episódio em que o craque Zico, do Flamengo, perdeu pênaltis decisivos. Na Copa de 2006, na Alemanha, foi vice-campeã, tendo perdido o título para a Itália - que não se classificou para a edição deste ano.
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A França estreia na Copa do Mundo do Catar 2022 no próximo dia 22 de novembro (terça-feira) contra a Austrália, às 16h de Brasília, no estádio Al Janoub. Em seu segundo encontro pelo Grupo D, os atuais campeões encaram a Dinamarca no Estádio 974, no sábado seguinte (26), às 13h. Encerrando sua participação na fase de grupos, a Seleção da França joga contra a Tunísia em 30 de novembro (quarta), às 12h, novamente no estádio Al Janoub.
O que você precisa saber sobre a política na França
Oficialmente chamada de República Francesa, a França conta com um Estado unitário cuja capital fica na cidade de Paris. A maior parte do seu território fica na Europa Ocidental, com o acréscimo de ilhas e territórios ultramarinos mantidos até os dias atuais, como a Guiana Francesa, que faz fronteira com o Brasil. O país conta com um sistema semipresidencialista, Legislativo bicameral e Judiciário independente.
Atualmente a França é governada pelo presidente Emmanuel Macron, a primeira-ministra Elisabeth Borne e os presidentes da Assembleia, Claude Bartolone, e do Senado, Gérard Larcher.
O que você precisa saber sobre a história da França
O território francês foi ocupado na antiguidade pelo povo gaulês, famoso pelas histórias em quadrinhos de Asterix e Obelix. Mas diferente dos quadrinhos em que os gauleses tinham uma poção mágica para lidar com as investidas dos romanos, a então Gália acabou ocupada e incorporada pelo Império Romano no ano 52 a.c.. Sete séculos depois o Império Romano já havia caído e a antiga Gália era composta por diversos reinos independentes até que Carlos Martel unificou o território, que buscava defender-se de múltiplas invasões. Assim foi fundado o Sacro Império Romano Germânico no século VIII.
Martel acabou tendo a coroa usurpada por Carlos Magno cujo filho, Luís I, manteve o império unido e deu início à dinastia que mais tarde governaria o Reino da França. Após a morte de Luís I, em 840 d.c., o império se dividiu e em 843, após o Tratado de Verdun, foi oficialmente fundado o Estado francês, ou, ao menos, o reino que lhe deu origem direta.
Entre 843 e 1789 o Reino dos Francos se expandiu sob uma monarquia absolutista e colonizou diversas partes do mundo. O sistema monarquista só foi cair com a eclosão da Revolução Francesa. Naquele momento o país vivia a ambiguidade de manter os luxos e privilégios de uma nobreza e um clero "milionários", enquanto a maior parte da população se encontrava em situação de completa miséria. Uma das razões para a revolta era o alto custo dos alimentos. Após a tomada da Bastilha e a libertação dos seus prisioneiros, a nobreza foi executada ou expulsa do país.
Após idas e vindas, entre governos revolucionários violentos e tentativas frustradas de restauração da monarquia, Napoleão Bonaparte tornou-se Primeiro Cônsul e, capturando o poder da jovem República, foi nomeado Imperador em seguida, em 1799. Nos quinze anos em que o primeiro mandato de Napoleão vigorou, a França adotou o sistema métrico e a Declaração dos Direitos do Homem, que evoluíram para o que hoje se conhece como Direitos Humanos. Entre 1815 e 1848, quando foi proclamada a Segunda República, houve mais um período de instabilidades políticas.
Ao longo do século XX a França, já republicana e secularista, foi membro da Tríplice Entente na Primeira Guerra Mundial e, na Segunda Guerra Mundial acabou invadida e ocupada pela Alemanha nazista. A libertação do seu território foi o principal fronte ocidental da Segunda Guerra. Após a derrota de Hitler e Mussolini, a França se consolidou novamente como um dos principais países europeus, sendo inclusive um membro fundador da União Europeia. A Constituição da V República Francesa foi promulgada em 1958.
O que você precisa saber sobre a economia da França
Com cerca de 67,5 milhões de habitantes e um PIB de quase 3 trilhões de dólares registrado em 2021, a França apresenta renda per capita de 43,5 mil dólares e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,903, considerado muito alto.
Membro do G8, a França apresenta uma economia mista muito forte, baseada na sua indústria, no capital das empresas estatais e transnacionais com sede no país. A França é também um player importante nos setores financeiro e bancário. Os principais destaques ficam, na indústria, para o setor aeroespacial, e nas finanças, para a Bolsa de Valores de Paris.
O setor de infraestrutura do país também é forte graças à participação do Estado e, além de ter o seu peso no PIB, também facilita a atuação de outros setores. O governo francês tem participação majoritária em estradas de ferro, eletricidade, telecomunicações e setor nuclear. O turismo também é um importante setor da economia francesa.
O que você precisa saber sobre a Cultura da França
A França é um país secular, ou seja, a liberdade religiosa é um direito constitucional. A maioria da população é católica, cerca de 41% segundo dados de 2019, enquanto que o segundo grupo “religioso”, o dos sem religião, soma 40%. O islamismo, trazido sobretudo por imigrantes da África e do Oriente Médio é praticado por cerca de 8% da população. O francês é o idioma oficial do país, que ainda conta com diversas línguas originárias de diferentes territórios, como o catalão, o bretão, o provençal, o basco, entre outros.
O país é mundialmente conhecido como um expoente na literatura, nas artes plásticas e na culinária, considerada a mais sofisticada do mundo. Os franceses, que já eram referência para as artes clássicas, foram os criadores e executores de escolas de arte como o impressionismo e o simbolismo, que a partir do século XIX começaram a romper velhas barreiras. Entre seus principais pintores estão nomes como Auguste Renoir, Claude Monet e Paul Gauguin. Já na literatura nomes como Victor Hugo, Honorè de Balzac, Marcel Proust, Albert Camus, Charles Boudelaire, entre muitos outros, são motivo de orgulho nacional para os franceses.
A seleção da França: Os jogadores que vão participar da Copa
A atual campeã da Copa do Mundo chega ao Catar com a mesma base do mundial da Rússia, vencido em 2018. O técnico Didier Deschamps, campeão como jogador em 1998 e como treinador há quatro anos, fez poucas alterações no time.
Os goleiros são os mesmos de quatro anos atrás: Lloris (Tottemham), Areola (West Ham) e Mandanda (Rennes). Na defesa os principais destaques são Pavard e Lucas Hernandez (Bayern de Munique), além de Varane (Manchester United). O meio de campo é o setor que mais mudou do último mundial para este, sobretudo com as ausências de Pogba e Kanté, por lesão. O meia Rabiot (Juventus-ITA) é o principal destaque do setor.
Mas a força da França na busca pelo tricampeonato jaz no ataque. Dembelé (Barcelona), Nkunku (RB Leipzig-ALE), Giroud (Milan), Coman (Bayern de Munique) e Marcus Thuram (Borussia Monchengladbach-ALE) se juntam às principais estrelas do time no setor: Benzema, principal atacante do Real Madrid após a saída de Cristiano Ronaldo e multicampeão pelos merengues; Antoine Griezmann, que se destacou atuando por Barcelona, Real Sociedad e Atlético de Madrid; além, é claro, de Kylian Mbappé, parceiro de Neymar no Paris Saint Germain, craque do último mundial e jogador mais jovem a marcar gols e ser campeão (2018) desde Pelé em 1958.
Mbappé começou a carreira no segundo quadro do Mônaco em 2015, onde jogou apenas 12 jogos, marcou 4 gols e logo subiu para o time principal, onde anotou 27 gols em 60 jogos entre 2015 e 2017. Em seguida foi por empréstimo ao Paris Saint Germain. No clube mais rico do país, Mbappé marcou mais de 170 gols em cerca de 220 jogos. Pela seleção francesa foram 57 partidas do jovem atacante de 23 anos, até julho de 2022, com 27 gols marcados.