PIONEIRISMO

No conservador Catar, pela primeira vez uma mulher é árbitra na Copa do Mundo

Francesa Stéphanie Frappart faz história ao se tornar primeira árbitra em um jogo do mundial. Outras cinco mulheres foram escaldas, inclusive uma brasileira.

A árbitra francesa tem um histórico de ineditismos e faz história no Catar.
Primeira mulher.A árbitra francesa tem um histórico de ineditismos e faz história no Catar.Créditos: Reprodução/ Eurosport
Escrito en ESPORTE el

A partida desta terça (22), em que México e Polônia estreiam suas participações na Copa do Mundo 2022, já é histórica, independente do desempenho das equipes. O marco é a participação da francesa Stéphanie Frappart no quadro de arbitragem. Primeira mulher a trabalhar na função em uma Copa do Mundo, ela será a quarta árbitra do jogo que ocorre no Estádio 974 pela primeira rodada do grupo C.

Única mulher de um grupo formado por quatro homens, Frappart tem 35 anos e já tinha feito história em outras ocasiões, como em 2020, quando apitou a partida da Champions League disputada entre Juventus e Dínamo de Kiev pela fase de grupos, tornando-se a primeira mulher a atuar na competição. A árbitra, que apitou a final da Copa do Mundo feminina na França, também fez história ao na partida entre Amiens e Strasbourg em abril pela Ligue 1, quando se tornou a primeira a apitar uma partida masculina da primeira divisão na França, conforme informações do portal Goal.

A Copa das cinco mulheres

Justamente no Catar, país com leis islâmicas, criticado pela pouca liberdade oferecida a mulheres, Frappart desbrava este caminho junto a outras cinco mulheres, também escaladas para a equipe de arbitragem da Copa do Qatar: Salima Mukansanga, de Ruanda; Yoshimi Yamashita, do Japão; Karen Díaz Medina, do México; Kathryn Nesbitt, dos Estados Unidos, e a brasileira Neuza Back.

Quem apita o jogo desta terça é Chris Beath, com assistência de Anton Shchetinin e Ashley Beecham. Já Shaun Evans é o responsável pelo VAR. Todos são australianos.

Sem tradição

O Catar se candidatou como sede da Copa do Mundo em 2010, quando venceu uma votação entre 22 membros da FIFA deixando para trás Austrália, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão. Por ser um país com uma presença quase inexistente no cenário mundial do futebol, a escolha do Catar muitas vezes é associada por críticos como um reflexo do seu poder econômico, que emana dos barões do petróleo no país, e colocou o Catar no mapa do futebol com a aquisição do Paris Saint Germain, da França, que conta com craques como Neymar e Mbapee. O clube pertence à Qatar Sports Investiments, uma organização acionária catari.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar