Ana Moser, medalhista olímpica e uma das grandes atletas brasileiras, não é mais ministra dos Esportes. Foi substituída por André Fufuca, obscuro deputado maranhense que diz, sem provar, que foi uma “promessa do Flamengo”. O que não precisa provar porque está bem documentado é que foi apoiador de Jair Bolsonaro na última eleição. É também muito próximo de Arthur Lira, o Rei do Centrão.
Fufuca é do PP. E Sílvio Costa Filho, o novo ministro de Portos e Aeroportos, é dos Republicanos. As trocas atendem à necessidade de se ter uma base forte no Congresso. Lula teve 52% dos votos, mas os partidos que o apoiaram – PT, PCdoB, PV, Psol, Rede, PSB – mal chegam a 24%. Mesmo com a chegada de PDT, MDB, PSD e União Brasil – que tem ministério mas não entrega a totalidade dos votos, Lula não tem uma base forte na Câmara.
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É o que Lula pretende agora, com PP e Republicanos. Para alguns entrarem, outros precisam sair. E sobrou para Ana Moser, uma referência esportiva mas que não tem um partido para chamar de seu.
E não teve também respaldo de seus colegas. Um exemplo doído. Bruninho, capitão da seleção masculina de vôlei se movimentou por uma anistia a Wallace, aquele jogador que compartilhou uma ameaça à vida de Lula, mas não moveu uma palha por Ana Moser. E quase ninguém fez alguma coisa para que o Ministério dos Esportes ficasse com uma esportista. E, aliás, ninguém fez nada quando Bolsonaro extinguiu o ministério assim que assumiu para sua tenebrosa gestão de quatro anos.
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O alvo do Centrão era outra mulher sem partido. Eles queriam trocar Nísia Trindade, do Ministério da Saúde, por Doutor Luizinho, do PP do Rio. Não conseguiram. Lula não abriu mão. E a vítima terminou sendo Ana Moser, sem apoio partidário e, mais grave, sem apoio dos esportistas.