Não está nada certo ainda, mas parece decidido.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avisou nesta terça-feira (5), à ministra do Esporte, Ana Moser, que ela deverá ser exonerada do cargo. Em outras versões das inúmeras que circulam entre jornalistas que cobrem o Palácio, Lula teria dito que ainda não se decidiu.
Te podría interesar
O mais acertado mesmo seria dizer: Lula avisou Ana Moser Moser que o gato subiu no telhado.
No frigir dos ovos da minirreforma ministerial, todos os títulos esportivos e a vasta militância política da ministra de pouco ou quase nada serviram para que ela, independente e sem partido, se mantivesse no cargo.
Te podría interesar
O próximo ministro do Esporte, ao que tudo indica, será mesmo o deputado federal André Fufuca (MA), líder do PP – partido do presidente da Casa, Arthur Lira – na Câmara. Em um breve sobrevoo na exígia biografia de Fufuca, além da palavra 'esporte' não aparecer uma vez sequer, estão lá seus votos a favor da abertura do impeachment da então presidenta Dilma Rousseff e contra, é claro, a cassação de Eduardo Cunha no comitê de ética da Câmara dos Deputados.
Nem o governo, nem assessoria da ministra e muito menos a Secom (Secretaria de Comunicação Social) confirmam a demissão. Lula e Ana Moser deverão ter outra conversa nesta quarta-feira (6).
O grande argumento para que a gula do PP se satisfaça com um ministério menor, um dos últimos da fila do pires na Esplanada, é que a pasta passe a concentrar parte do orçamento das apostas esportivas, das empresas conhecidas como bets.
Márcio França
Mais complicada ainda é a situação dos Portos e Aeroportos de Márcio França (PSB). Este, ao contrário de Ana Moser, não é órfão de partido. Seu cargo, no entanto, estaria prometido para o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).
França pode ir para a pasta da Pequena Empresa, que seria criada, ou ficar com o Ministério de Ciência e Tecnologia. Neste caso, a atual ministra, Luciana Santos (PCdoB), sairia do governo ou seria remanejada para outro ministério.
No xadrez de Lula, PP de Fufuka e Republicanos de Costa Filho conseguiriam fidelizar pelo menos 70 dos 87 votos que as duas legendas detêm. PSB e PCdoB, dois aliados históricos do presidente, têm, juntos, apenas 20 deputados.