O lateral direito Daniel Alves está preso desde janeiro deste ano no presídio Brians 2, em Barcelona, após ser acusado de estuprar uma jovem espanhola de 23 anos no banheiro da boate Sutton, localizada na mesma cidade. Após mais de 100 dias preso, ao mesmo tempo em que recebeu a visita dos filhos pela primeira vez, o jogador também teve sua rotina e estados físico e mental revelados por um outro detento à imprensa espanhola.
A revelação foi feita ao programa Fiesta, do canal de televisão espanhol Telecinco. O colega de Daniel Alves em Brians 2 revelou, em contato com a produção do programa, que o atleta é frequentemente hostilizado na cadeia.
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“Ele não sai da cela. Só sai para o evento esportivo quando joga contra outro módulo. Eles o xingam de ‘bicha’ e ‘estuprador’. Se não é dia de esporte, ele fica na cela ou senta na sala de estar, onde fica assistindo televisão”, revelou.
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O colega ainda revela que Daniel Alves evita falar sobre acusação. Nas poucas ocasiões em que conversa sobre a acusação de estupro, repete que o ocorrido foi consentido. Nessas raras ocasiões, o jogador se mostraria confiante em sua soltura, reiterando que o ato teria sido realizado em uma “noite de festa”.
Por fim, o prisioneiro revelou detalhes da condição física do jogador após quase 4 meses preso. De acordo com seu relato, Daniel Alves estaria "esquelético" e com o semblante triste. “Ele come a mesma merda que nos dão”, afirmou.
Ao contrário do que diz Alves, que já mudou de versão por algumas vezes, a vítima mantém a mesma história desde o início, onde aponta que foi obrigada a ter as relações sexuais mediante força física. De acordo com o jornal espanhol El Mundo, a Justiça da Catalunha considera que já possui elementos suficientes para iniciar um julgamento definitivo do caso.
Ao que tudo indica, segundo o jornal, o julgamento deve ser concluído ainda neste ano. Entre os elementos que a Justiça utilizará para julgar o caso estão as imagens das câmeras da boate e os depoimentos da vítima, do acusado e de testemunhas. Além disso, o Ministério Público espanhol julgará o jogador de futebol pelo crime de “agressão sexual com penetração”, cuja pena varia de 4 a 12 anos de prisão. A principal projeção aponta que o jogador pode cumprir entre 8 e 10 anos de prisão, uma vez que teria cometido uma espécie de “abuso de autoridade”, baseada no seu status de ídolo internacional, e do principal clube da região, o Barcelona, para cometer o crime.
A defesa do jogador deverá manter a versão de que as relações sexuais entre Daniel Alves e a mulher tenham sido consensuais. Um exame atestou que uma amostra de sêmen encontrada no interior do corpo da vítima pertence ao atleta.