1978, 1986 e 2022. Os anos marcam as três conquistas da seleção de futebol masculina da Argentina em Copas do Mundo. É a terceira vez, portanto que o troféu da Copa do Mundo terá residência na Argentina, ao menos nos próximos 4 anos. Mas, embora tenha sido levada pelo capitão Lionel Messi para a imensa festa feita pelo povo hermano em comemoração ao título, o objeto não se encontra na Argentina.
O troféu atual foi criado ourives e escultor italiano Silvio Gazzaniga e substitui a Taça Jules Rimet, conquistada em definitivo pelo Brasil em 1970, mas roubada em 1983 da sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no Rio de Janeiro. O combinado era que a primeira seleção que vencesse três vezes a Copa ficaria com a posse definitiva da taça nomeada em homenagem ao terceiro presidente da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). Assim, a partir de 1974, , que já esteve no Brasil por oito anos - após o tetra, em 1994, e o penta, em 2002.
Te podría interesar
Réplica
Criado em 1971, o troféu foi colocado no Mundial pela primeira vez em 1974, na Copa realizada na Alemanha Ocidental e vencida pelos anfitriões. De lá para cá, os vencedores da Copa passaram a ser premiados com uma réplica do modelo atual. Salas de troféus de 6 países abrigam as cópias idênticas da nova taça: Alemanha (três vezes), Brasil (duas vezes), Itália (duas vezes), Argentina (duas vezes), França e Espanha.
A taça original, feita em ouro maciço 18 quilates, permanece sempre em posse da Fifa. A fabricante de troféus e medalhas GDE Bertoni é responsável por produzir as réplicas, idênticas em forma e com peso semelhante à original. No lugar do ouro, o material utilizado é uma liga de cobre e zinco. Em seguida o artefato é banhado em três demãos de ouro. A empresa ganhou um concurso com outras 52 concorrentes de todo o mundo para escolher a premiação substituta à Jules Rimet. Com experiência no ramo esportivo, a companhia já havia produzido as medalhas para os Jogos Olímpicos de Roma, em 1960.
Te podría interesar
Onde está a taça?
Mas antes mesmo de seguir para a sede da Fifa, o cobiçado prêmio precisa ter gravado o nome do país representado pela seleção campeã. É por este motivo que o troféu da Copa do Mundo está neste momento na cidade de Paderno Dugnano, comuna com menos de 50 mil habitantes localizada na região metropolitana de Milão, no norte da Itália. É lá que fica o galpão da GDE Bertoni onde ourives trabalham na taça a cada 4 anos.
O trabalho, que leva cerca de duas semanas e é realizado em sigilo, é limpar e polir o troféu; substituir as duas faixinhas verdes, feitas de pedra malaquita, por novas; e gravar, no disco circular que fica em sua base, o nome da seleção. No caso da Copa do Mundo 2022 do Catar, será gravado "Argentina". A grafia sempre respeita o idioma do campeão. Em 1994 e em 2002, por exemplo, ficou gravado "Brasil", com S mesmo, como escrevemos em português. Já em 2006, quando a Itália conquistou o Mundial, a chegada do troféu na fábrica se deu em clima de comemoração.
Processo artesanal
A gravação do nome da seleção campeã é o único processo mecanizado realizado no objeto artesanal que pesa cerca de 6 quilos e foi talhada pelo escultor Silvio Gazzaniga, falecido aos 95 anos em 2016.
Assim que a taça original for encaminhada para a gravação, a Argentina receberá a posse da réplica oficial que lhe é de direito. E a original seguirá da Itália para Zurique, na Suíça, no aguardo do Mundial de 2026, que será disputada no Canadá, México e Estados Unidos.
Com informações da BBC News Brasil.