O presidente Lula (PT) esteve em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), nesta quinta-feira (15), para a cerimônia que marca o início das obras para a reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR). A fábrica pertence à Petrobras e foi fechada em 2020 pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que tentou vendê-la para a iniciativa privada.
A cerimônia contou com a presença de centenas de trabalhadores, sobretudo petroleiros e químicos, que ouviram um discurso emocionado do petista acerca da reabertura da Fafen-PR. Lula derramou lágrimas ao dizer que sentia orgulho em reabrir a fábrica e colocar cerca de 250 trabalhadores – outrora demitidos em meio à pandemia – de volta ao trabalho.
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“Não estamos só retomando uma fábrica, estamos retomando a autoestima e orgulho dos trabalhadores. Quem fechou essa fábrica nunca ficou desempregado”, declarou Lula.
Incluída no plano de desinvestimento da Petrobras, de Paulo Guedes e Bolsonaro, a Fafen-PR foi fechada em março de 2020 já como início do processo de venda. A medida levou à demissão de cerca de mil trabalhadores.
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À época, petroleiros e demais trabalhadores se mobilizaram contra o fechamento e a privatização. Fizeram uma greve histórica em fevereiro de 2020 e seguiram lutando contra a entrega da Fafen-PR. Em dezembro de 2022, viram o fracasso do processo de venda anunciado publicamente às vésperas da posse do presidente Lula. Dessa maneira, mesmo fechada, a fábrica seguia sob o comando da Petrobras e com promessas de dias melhores.
Quando do fechamento, a fábrica produzia 30% da ureia e amônia do mercado brasileiro, além de 65% do ARLA-32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), um aditivo para veículos de grande porte que, entre outras coisas, busca reduzir emissões de gases de efeito estufa.
Àquela altura, quando a guerra entre Rússia e Ucrânia avançava e o acesso a fertilizantes se tornava um problema global, uma das principais fábricas brasileiras estava fechada. O Brasil é o quarto produtor de grãos do mundo e consome fertilizantes em quantidades astronômicas. Não teria tido dores de cabeça nesse sentido não fosse a sanha privatista do governo anterior. Nesse sentido, Lula criticou a política privatista e de desinvestimentos do seu antecessor.
“Tínhamos uma fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul faltando 15% para ser concluída; foi parada. A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o Complexo Petroquímico de Itaboraí; tudo foi parado. Eles não enxergam uma unha à frente do nariz”, declarou.
Ao todo, os investimentos para a reabertura da Fafen-PR estão na ordem de R$ 870 milhões, que devem sair dos cofres da Petrobras. Serão mais de 2 mil trabalhadores atuando nas obras que devem ficar prontas na segunda metade de 2025. Após a reabertura, a Fafen-PR contará com 700 trabalhadores em empregos diretos.
Em julho passado, 242 petroquímicos foram oficialmente recontratados pela Fafen após acordo ser homologado em 12 de junho no Tribunal Superior do Trabalho (TST). 215 deles já reiniciaram seus trabalhos. Na cerimônia desta quinta, Lula fez a entrega simbólica dos crachás a esses trabalhadores.