O sociólogo e cientista político Emir Sader avaliou a reforma tributária proposta pelo governo federal durante entrevista ao Fórum Café, nesta terça-feira (14). O colunista da Fórum defendeu uma mudança na cobrança de tributos com enfoque na redução de desigualdades.
Sader relembrou a dificuldade de governos realizarem reformas tributárias. Vale lembrar que FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro fizeram diversas propostas de alteração na cobrança de impostos. A maioria delas falhou. Porém, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), afirma que há consenso sobre a proposta de tributação.
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O sociólogo avaliou a questão com ceticismo. “Nunca se conseguiu fazer uma reforma tributária no Brasil. Mas, de repente, todo mundo está de acordo. Só que não se fala em qual é a reforma que se está tentando passar”, disse.
Ele também questionou o significado de simplificação tributária, mantra de Bernard Appy, Secretário(a) Extraordinário(a) da Reforma Tributária e mentor do IVA. “Simplificar significa, para os empresários, pagar menos impostos. Justiça nunca aparece nesse debate”, completou. Vale ressaltar que a proposta é a mesma que foi levada a cabo e abandonada por Paulo Guedes durante o governo Bolsonaro.
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Ele defendeu uma reforma progressiva para o sistema de cobrança de impostos no Brasil. “Reforma tributária justa é aquela em que quem ganha mais, paga mais. Mas isso está na pauta? Parece que não. Todo o clima de crítica à injusta tributação existente no Brasil desapareceu. E isso é que deveria ser corrigido. Qual é a nova estrutura tributária que vem? Ela vai corrigir a injustiça?”, questionou Sader.
Para o ex-professor universitário, o debate sobre o tema recrudesceu nos últimos anos. “Antes, no debate internacional, se fala do 1% mais rico pagar. Agora, esse debate sobre taxar a minoria mais rica também desapareceu”, completou o sociólogo.
Confira a entrevista completa de Emir Sader no Fórum Café: