"POUPANÇA" DOS COMBUSTÍVEIS

PLs dos Combustíveis: Relator, do PT, estabelece redução de preços e ampliação do vale-gás

Antes de apresentar os relatórios dos PLs dos Combustíveis, o senador Jean Paul chegou a se reunir com Lula e Dilma

Lula e o senador Jean Paul Prates, relator do PL dos Combustíveis.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en ECONOMIA el

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria, apresentou nesta sexta-feira (18) os relatórios dos projetos de lei PL 1472/21 e PLP 11/20, os PLs dos Combustíveis. Nos textos finais, o parlamentar estabeleceu a criação de um programa da estabilização do preço do petróleo e de derivados no Brasil e a ampliação do programa de vale-gás, criado após a aprovação de um projeto apresentado pela bancada do PT.

No PL 1472, apresentado por Rogério Carvalho (PT-SE), fica estabelecida a criação da Conta de Estabilização de Preços de Combustíveis (CEP-Combustíveis). A proposta tem como finalidade reduzir o impacto da volatilidade dos preços de derivados de petróleo e de gás natural para o consumidor final, barateando os preços de combustíveis e do gás de cozinha em todo território nacional. Esse programa utilizará o sistema de bandas - uma espécie de “poupança” - como ferramenta de estabilização de preços.

Isso vai baratear os preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. A expectativa do relator é de que o impacto positivo seja sentido em poucos meses.

“Estamos trabalhando com um tripé: o estabelecimento de uma política de preços para derivados do petróleo; criação de um mecanismo de bandas para amortecimento da volatilidade temporária dos preços dos combustíveis; e apresentação de fontes de recursos suplementares extraordinariamente para assegurar o cumprimento do plano de estabilização”, explicou Jean Paul.

“Quando os preços estiverem baixos, os recursos correspondentes à diferença entre o preço de mercado e o limite inferior da banda são acumulados. Na situação contrária, quando os preços ficarem acima do limite superior da banda, os recursos são utilizados de forma a manter os preços dentro da banda”, afirmou o relator. 

Essa nova orientação faz um contraponto à política de preço de paridade de importação (PPI) adotada pela diretoria da Petrobras desde o governo Michel Temer (MDB). Jean Paul é crítico ferrenho da PPI. “A atual metodologia de PPI, que teoricamente repassa automaticamente para os consumidores a elevação dos preços do petróleo e a desvalorização cambial, é uma guilhotina que, com frequência quase mensal, corta o orçamento das famílias e a receita de trabalhadores autônomos de transporte de carga e de passageiros”, disparou.

Já no PLP 11, apresentado pelo deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), o senador apresentou um relatório complementar ao primeiro, onde estabeleceu uma alíquota fixa para o ICMS que incide nos combustíveis em cada estado e município. Além disso, Jean Paul definiu a ampliação do Auxílio Gás, ou Vale-Gás, para o dobro de beneficiários. De acordo com a proposta do relator, o número de atendidos vai passar de 5,5 milhões para 11 milhões.

Esse auxílio foi criado em 2021 pelo Congresso Nacional a partir de um projeto de lei do deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).

Jean Paul chegou a se reunir com o ex-presidente Lula (PT) e a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) antes de apresentar o texto final.

Preço de combustíveis subiu cinco vezes mais que inflação no governo Bolsonaro, diz Dieese

preço dos combustíveis explodiu no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), empurrado pela desastrosa política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras - adotada desde o governo Michel Temer (MDB). Diante da inércia do governo, coube ao Congresso, através de parlamentares de oposição, se mobilizar pra derrubar a PPI e criar o programa de amortização do preço dos combustíveis relatado por Jean Paul.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), desde janeiro de 2019, início da gestão Bolsonaro, a gasolina teve um reajuste de 116% na refinaria. Isso representa cinco vezes a inflação, de 20,6% no período. No gás de cozinha, a alta foi de 100,1%, e no diesel, de 95,5%, de acordo com dados da Petrobras.

Os aumentos nas refinarias repercutem no bolso do consumidor. Segundo o Dieese, desde janeiro de 2019, o preço da gasolina subiu 52,8% nos postos de revenda, o diesel, 63,6%, e o GLP, 47,8%, muito acima também do reajuste do salário mínimo, de 21,4% no período. O levantamento foi feito com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Confira abaixo o relatório do senador do PT referente ao PL 1472/21 dos combustíveis:

 

Confira abaixo o relatório referente ao PLP 11/20: