Na próxima segunda-feira (31) estreia na Globo, na faixa das 21 horas, a nova versão de "Vale Tudo", escrita por Manuela Dias (Amor de Mãe). Por óbvio, há muita expectativa no canal - que busca resgatar a audiência noturna - e dos telespectadores.
"Vale Tudo", exibida pela primeira vez entre 1988 e 1989, e escrita por Aguinaldo Silva, Gilberto Braga e Leonor Bassères, marcou época por uma série de fatores e personagens que até hoje povoam o imaginário popular, entre eles, a icônica vilã Odete Roitman, interpretada nos anos 1980 por Beatriz Segall e que agora ganha vida com Débora Bloch.
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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Débora Bloch revelou que está se baseando apenas no texto de Manuela Dias e que não foi rever a versão clássica. "Não pedi nada. Parti do texto para construir a minha Odete, mas o DNA da personagem é o mesmo", conta.
Uma das marcas da personagem Odete Roitman é que ela vocalizava os pensamentos mais retrógrados, mas que, à época, no Brasil pós-ditadura, as pessoas tinham vergonha de assumir. No entanto, a atriz Débora Bloch destaca que hoje os pensamentos da vilã encontram ressonância na sociedade e que isso é "assustador".
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"As pessoas estão bem mais loucas. Elas assumem mais esse pensamento. Eu não imaginei que a gente voltaria a um pensamento tão atrasado, conservador, de extrema direita, com pessoas pedindo a volta da ditadura. Isso vem com uma grande dose de ignorância, mas quando a gente imaginou que ia ter um deputado no Congresso defendendo torturador? Que haveria pessoas indo para a rua defender a ditadura? Depois de tudo o que a gente passou, depois da redemocratização, da conquista do voto, de uma geração que sofreu, foi torturada, exilada ou morta nas prisões. Acho assustador como esse tipo de pensamento pode voltar a qualquer momento. É assustador Elon Musk fazer uma saudação nazista e isso ser normalizado. É tudo muito assustador, e a Odete é uma personagem que representa esse tipo de pensamento", analisa Débora Bloch.
Abertura do remake de “Vale Tudo” homenageia Abdias Nascimento e Gal Costa
A nova versão está a cargo da escritora Manuela Dias, responsável pelos sucessos "Amor de Mãe" (2021) e pelas duas excelentes temporadas de "Justiça" (2016), e traz Taís Araújo como Rachel, papel que foi de Regina Duarte, e Debora Bloch como a icônica vilã Odete Roitman, interpretada na primeira versão por Beatriz Segall.
O remake de "Vale Tudo", que será dirigido por Paulo Silvestrini, é a grande aposta da Globo para recuperar o horário da faixa noturna, que sofreu grande perda com a atual novela, "Mania de Você", e também amargou o fracasso do BBB 25. Por conta disso, a expectativa é muito grande para que dê certo.
E como forma de instigar o público, a Globo soltou nesta quarta-feira (26) a abertura do remake de "Vale Tudo", que mantém a estrutura do anterior, mas, claro, com imagens atualizadas. A única coisa que permanece igual é a música "Brasil" na voz de Gal Costa, uma homenagem à cantora que faleceu em 2022.
Nesta nova versão da abertura de "Vale Tudo", a tela é dividida com uma série de imagens sobrepostas que representam as diferenças sociais do Brasil, mas também com uma série de símbolos da cultura brasileira: samba, maracatu e outros.
Outro fator que merece destaque é que a abertura do remake de "Vale Tudo", além de homenagear Gal Costa, também presta homenagem ao filósofo, artista plástico e ícone do movimento antirracista brasileiro, Abdias Nascimento, ao mostrar em um frame a obra "Okê Oxóssi", produzida por Nascimento em 1970.
Confira abaixo a abertura do remake de "Vale Tudo":
Confira abaixo quem é quem na nova versão de "Vale Tudo":
- Taís Araújo - Raquel Accioli Corrêa - era a Regina Duarte
- Renato Góes - Ivan Meirelles - era Antônio Fagundes
- Bella Campos - Maria de Fátima Accioli Corrêa - era Glória Pires
- Cauã Reymond - César Ribeiro - era Carlos Alberto Riccelli
- Débora Bloch - Odete de Almeida Roitman - era Beatriz Segall
- Paolla Oliveira - Helena de Almeida Roitman (Heleninha) - era Renata Sorrah
- Alexandre Nero - Marco Aurélio Cantanhede - era Reginaldo Faria
- Humberto Carrão - Afonso de Almeida Roitman - era Cássio Gabus Mendes
- Malu Galli - Celina de Almeida Junqueira - era Nathalia Timberg
- Carolina Dieckmann - Leila Cantanhede - era Cássia Kis
