O cinema tem cerca de 120 anos de história no Brasil e este mês, o tradicional cinema São Luiz, no Recife (PE), referenciado em "Retratos Fantasmas", foi reaberto com a exibição de "Ainda Estou Aqui", que contou com a presença do diretor Walter Salles. A performance de Fernanda Torres como Eunice Paiva foi destacada pelos vitrais dourados de 1952, data de inauguração da sala.
O São Luiz integra o seleto time das seis salas de cinema de rua mais antigas do Brasil que ainda funcionam, um feito desafiador devido à forte concorrência dos multiplex em shoppings e à deterioração dos centros das grandes cidades, com a situação se tornando ainda mais difícil com a queda no público pós-pandemia. O Cineteatro, como outros cinemas de rua, enfrentou dificuldades nos anos 2000 com a popularização dos multiplex.
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Inaugurado em 6 de setembro de 1952, às margens do Rio Capibaribe, o Cinema São Luiz é um dos mais antigos cinemas do Recife. Localizado na cabeceira da Ponte Duarte Coelho, o espaço foi tombado como patrimônio histórico em 2008. Revitalizado, o cinema mantém a exibição de filmes em formato clássico e conta com equipamentos digitais modernos, como projetor 4K e sistema de som Dolby 7.1, segundo informações da Secretaria de Cultura de Pernambuco.
Outro cinema de rua muito conhecido é o Cine Marabá, em São Paulo. Inaugurado em 20 de maio de 1944, o Marabá é o cinema mais antigo em funcionamento da capital paulista. Localizado na região central, entre as avenidas São João e Ipiranga, o espaço faz parte da antiga Cinelândia Paulistana. Há cerca de uma década, a distribuidora Playarte assumiu a gestão do cinema, realizando reformas que preservaram a arquitetura original do local.
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Já o Cine Olympia, fundado em 1912 em Belém (PA), é o cinema mais antigo em funcionamento ininterrupto no Brasil. Localizado no mesmo prédio desde sua inauguração, o cinema foi salvo do fechamento em 2006 graças à mobilização popular e à intervenção da prefeitura.
O Cinema da Praça, em Paraty (RJ), localizado em um casarão de dois andares com arquitetura similar a igrejas da cidade, funcionou como cinema até 1973. Após um período como espaço cultural, o local passou por reformas em 2016 e reabriu suas portas em 2018 como sala de cinema, de acordo com o site Cinema da Praça Paraty, feito em preservação à memória do cinema.
Inaugurado em 1967, o Caixa Belas Artes é um cinema conhecido por exibir filmes independentes até hoje. Com seis salas, todas com nomes de artistas brasileiros, o cinema chegou a ser fechado em 2011, mas foi reaberto em 2013 e considerado patrimônio histórico cultural da cidade.
O cinema nacional é marcado por uma grande diversidade de produções e passou por diversas transformações ao longo do tempo, com produções que abordam as particularidades da identidade brasileira. No entanto, ainda não obteve o reconhecimento pleno tanto pelo público quanto no exterior, problemática abordada pelo cineasta Luís Rocha Melo, durante entrevista concedida à Fórum recentemente.
Para o cineasta e professor do Bacharelado em Cinema e Audiovisual do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rocha Melo, o sucesso pontual de filmes nacionais é uma história que se repete, uma vez que a dificuldade de reconhecimento de longas nacionais segue persistindo no país. “Significa que o cinema brasileiro vive de exceções", disse.
"Os eventuais sucessos de público chamam a atenção para a existência do cinema brasileiro, mas não resolvem o problema central, que é a existência de uma verdadeira indústria cinematográfica no Brasil, em que grandes sucessos de público possam conviver com filmes médios e com filmes experimentais e o público possa ter acesso a todos esses filmes".