O avanço da inteligência artificial geral (AGI) — um sistema de IA com capacidades superiores às humanas em diversas tarefas — é uma questão de tempo, segundo uma nova análise baseada em milhares de previsões de especialistas.
O estudo atualizado, conduzido em 18 de fevereiro por Cem Dilmegani, analista da AIMultiple Research, avaliou cerca de 8.600 projeções feitas por cientistas, especialistas em inteligência artificial e empresários entre 2009 e 2023. O objetivo foi compreender quando essa tecnologia poderia se tornar realidade.
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Entre os dados analisados, uma seção específica reuniu 10 pesquisas que consultaram 5.288 especialistas em IA. A partir da média das respostas, a pesquisa estimou que há 50% de chance de que máquinas atinjam inteligência comparável à humana entre 2040 e 2061.
Previsões mais recentes apontam para um prazo ainda menor. Um estudo realizado em 2023, com 2.778 cientistas, indicou que a AGI pode ser alcançada até 2040, no mais tardar. Alguns pesquisadores, como Dario Amodei, CEO da Anthropic, acreditam que esse avanço pode ocorrer já em 2026.
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O rápido desenvolvimento dos modelos de linguagem baseados em transformadores tem sido um fator determinante nessa evolução. Essas tecnologias sustentam sistemas como o ChatGPT e o DALL-E. Em anos anteriores, previsões feitas em 2019 sugeriam que a AGI poderia emergir por volta de 2060 ou, em alguns cenários, nunca se concretizar.
Por que a AGI é vista como inevitável?
A pesquisa aponta alguns fatores que reforçam a expectativa de que a AGI seja alcançada. Um deles é a ausência de limites teóricos para o aumento da capacidade computacional. Essa ideia se baseia na Lei de Moore, que estabelece que o poder dos processadores dobra aproximadamente a cada 18 meses. Contudo, nos últimos anos, alguns especialistas questionam se essa tendência ainda se mantém.
Outra possibilidade apontada é a computação quântica, que pode superar as limitações dos sistemas tradicionais. Enquanto computadores convencionais, mesmo os mais avançados, realizam cálculos de forma sequencial, os quânticos podem processar informações em paralelo, explorando propriedades da mecânica quântica. Isso permitiria desenvolver modelos de IA com um poder de processamento muito superior ao atual.
Apesar dessas previsões otimistas, alguns pesquisadores acreditam que ainda há desafios a serem superados antes que a AGI se torne realidade. Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta (Facebook), argumentou em uma palestra em outubro de 2024 que as abordagens baseadas em transformadores não são adequadas para alcançar uma inteligência comparável à humana. Segundo ele, a ideia de AGI pode ser uma concepção equivocada, já que a inteligência humana não abrange todas as tarefas possíveis, mas se especializa em determinados domínios.
O debate sobre o futuro da AGI continua em aberto, mas os avanços tecnológicos recentes indicam que essa transformação pode ocorrer mais cedo do que muitos imaginavam.
*Com informações de Live Science