EXÉRCITO

Lula suspende compra de blindados israelenses e ministério da Defesa sugere alternativa

Ataques do governo Netanyahu contra Lula e genocídio foram centrais para trava na aquisição

Obuseiro de longo alcance da Elbit SystemasCréditos: Reprodução/Twitter
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O governo Lula suspendeu oficialmente a aquisição dos obuseiros da empresa israelense Elbit Systems após pressão política contra a compra.

Desde 2017, o ministério da Defesa tenta adquirir esses equipamentos de artilharia para o seu Programa Estratégico do Exército Forças Blindadas.

O governo Lula acredita que não pode negociar com uma empresa israelense em uma compra tão importante, haja vista as acusações de Israel Katz, ministro de Relações Exteriores de Benjamin Netanyahu, contra o presidente brasileiro.

Além disso, uma forte pressão da esquerda e dos movimentos sociais busca frear a compra, com base nos príncipios do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções, que defende uma ruptura comercial total entre Brasil e Israel.

Vale lembrar que Israel comete um genocídio na Faixa de Gaza que já matou 2% da população do estreito, além de atacar civis na Cisjordânia e no Líbano.

O governo Lula está em uma encruzilhada justamente por isso: criticou enfaticamente Israel e foi duramente hostilizado pelo governo Netanyahu, mas fará uma compra bilionária de uma empresa militar israelense?

José Múcio Monteiro, chefe da pasta, tenta forçar Lula a tentar rever a decisão e argumenta que o equipamento da Elbit é o melhor possível na licitação.

A alternativa ao obuseiro israelense seria um equipamento construído pela empresa tcheca Konstrukty e oriundo da tecnologia soviética, muito mais simples que o blindado da Elbit, de acordo com a própria licitação.

O que Múcio pretende fazer é uma transferência de tecnologia. Ele deseja que a Elbit expanda sua fábrica no Brasil e passe a produzir o equipamento aqui, gerando empregos. A ideia é tentar fazer com que alas do governo pró-industrialização auxiliem na pressão feita pelo Exército. Mas até lá, o impasse continua.