Nos últimos dias, Israel intensificou dramaticamente seu esforço de guerra contra diferentes alvos ao redor do Oriente Médio e provocou um importante ator militar da região.
Desde segunda-feira, Israel operou diferentes ataques em quatro países soberanos:
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- Realizou um ataque a bomba em Beirute, capital do Líbano, para matar Fuad Shukr, liderança militar do Hezbollah que vivia na região; três mortos e mais de 70 feridos até o momento
- Assassinou Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, com um bombardeio em Teerã, no Irã. O ataque ocorre horas depois da posse do presidente recem-eleito do Irã, Masoud Pezeshkian.
- Seguiu com operações no genocídio em Gaza, como o ataque ao campo de al-Nuseirat que deixou 12 mortos. Simultaneamente, uma epidemia de poliomielite foi declarada no território palestino.
- É acusado de atacar uma base militar das Forças de Mobilização Popular, grupo pró-Síria e pró-Irã, com bombardeio no sul de Bagdá, capital do Iraque. Um morto e sete feridos
No dia 20 de julho, 11 dias atrás, realizou um ataque contra o porto de Hodeidah, no Iêmen, principal centro de recepção de ajuda humanitária do país, como retaliação a um ataque houthi a Tel Aviv.
É uma guerra direta contra Hamas, Hezbollah, Irã, Iraque, Líbano, Iêmen e Síria - que não foi atacada nesta semana, mas tem sido alvo de Israel há anos.
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Provocações à Turquia
O comportamente de Israel não tem agradado, em especial, uma potência relevante: a Turquia, que tem 11º mais poderoso exército do mundo segundo o Global Firepower, o maior índice do Oriente Médio.
O país, que é membro da OTAN, nunca foi afeita à Síria, Irã e ao arco xiita - uma série de grupos militares que atuam contra Israel e em favor de Teerã -, mas também não é uma aliada natural de Israel.
Em 28 de julho de 2024, o presidente turco Erdogan ameaçou uma intervenção militar em Israel, afirmando que a Turquia "deve ser muito forte" para evitar o que ele descreveu como ações "ridículas" de Israel contra a Palestina.
Ele traçou paralelos com os envolvimentos militares da Turquia em outros conflitos, como na Líbia e em Armênia, sugerindo que ações semelhantes poderiam ser tomadas no contexto Israel-Palestina.
Vale lembrar que a Turquia é uma financiadora do Hamas. A morte de Haniyeh, inclusive, foi lamentada publicamente pelo presidente turco.
O Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, deu a entender que a postura agressiva de Erdogan poderia levar a consequências terríveis, comparando-o a Saddam Hussein. Katz também pediu que a OTAN expulsasse a Turquia devido à sua retórica e ação provocativas.
Um envolvimento mais direto da Turquia no conflito poderia embaralhar todas relações no Oriente Médio e realmente causar preocupações em Israel, além de colocar em xeque a efetividade e o poder dos EUA sobre o menos atlântico dos membros da OTAN.