VIDA EM OUTROS PLANETAS

NASA: Planeta até 8 vezes maior que a Terra tem moléculas indicativas de vida

Exoplaneta pode ser parte da classe de "hiceanos", conhecidos por possuir moléculas de hidrogênio e oceanos subterrâneos, com composição atmosférica similar à da Terra

K2-18 b (imagem ilustrativa).Créditos: NASA, CSA, ESA, J. Olmsted (STScI), Science: N. Madhusudhan (Cambridge University)
Escrito en TECNOLOGIA el

De acordo com a NASA, agência espacial norte-americana, o telescópio James Webb, lançado em 2021 para conduzir observações astronômicas a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, encontrou indícios de moléculas altamente indicativas de atividade de organismos vivos.

A descoberta, reportada no final do ano passado, foi feita no K2-18 b, um exoplaneta (localizado fora do Sistema Solar) até 8.6 vezes maior do que a Terra. 

O K2-18 b orbita uma estrela anã fria a 120 anos-luz da Terra, e suas propriedades atmosféricas sugerem que pode se tratar de um hiceano (categoria de planetas com presença de hidrogênio e formações oceânicas). 

Embora as pesquisas astronômicas geralmente privilegiem planetas rochosos como potenciais candidatos para a vida, essa descoberta traz a atenção dos cientistas a planetas com condições similares às do K2-18.

E que condições seriam essas?

A NASA informou que há uma abundância de metano e dióxido de carbono na atmosfera do exoplaneta, e, por outro lado, uma escassez de amônia, condições que podem corroborar a hipótese de que existe um oceano subterrâneo ali. 

A combinação de metano e dióxido de carbono em quantidades significativas é interessante porque, na Terra, esses gases estão associados a processos biológicos

O metano, por exemplo, é produzido por organismos vivos (como bactérias em ambientes anóxicos), e o dióxido de carbono pode ser tanto resultado da respiração celular como da decomposição de matéria orgânica. 

Exoplanetas com altos níveis de CO2 e CH4 podem, além disso, estar em estágios de desenvolvimento atmosférico semelhantes ao da Terra primitiva, quando esses gases eram predominantes, antes de o oxigênio se tornar abundante aqui.

Uma atmosfera rica em hidrogênio e a detecção de sulfeto de dimetila (DMS), molécula produzida em ambientes marinhos, também seriam bons indicativos. "Na Terra, esse composto [o DMS] só é produzido por atividade viva", diz a agência.

Apesar de pouco robusta, a identificação de DMS no planeta deve ser confirmada se a molécula existir em níveis significantes. 

E, ainda, o tamanho do planeta, que é mais de oito vezes maior do que a Terra, pode significar que seu interior é formado por gelo sob altas pressões, como é o caso de Netuno. 

A existência de um oceano também pode ser uma crença frustrada caso esse corpo d'água seja "muito quente para ser habitável".

Mas há muito mais descobertas a caminho, afirmam os astrônomos que acompanham o Telescópio Webb, cujos estudos foram publicados na revista The Astrophysical Journal Letters

"Nosso objetivo final é identificar vida em um exoplaneta habitável", afirma Madhusudhan, um dos cientistas responsáveis pela pesquisa. "Nossas descobertas são um passo promissor na direção de um entendimento mais profundo de mundos 'hiceânicos'". 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar