Astrônomos utilizam o Telescópio Espacial Hubble para fazer uma descoberta que pode revolucionar o que se sabe sobre os exoplanetas e a possibilidade de outros planetas, além da Terra, terem condições de abrigar a vida tal qual a conhecemos. Os cientistas alegam ter detectado moléculas de água na atmosfera do exoplaneta GJ9827d, cujo diâmetro é o dobro da Terra e está a 97 anos-luz daqui.
As informações foram publicadas nesta quinta-feira (25) na revista científica The Astrophysical Journal Letters. O estudo se chama “Absorção de água na transmissão espectral do candidato a planeta-água GJ9827d” e é assinado por diversos pesquisadores da Europa e dos EUA.
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"A água em um planeta tão pequeno é uma descoberta importante", disse a coautora do estudo, Laura Kreidberg, diretora de gerenciamento do departamento de física atmosférica de exoplanetas do Instituto Max Planck de Astronomia em Heidelberg, Alemanha, em um comunicado. "Isso nos aproxima mais do que nunca da caracterização de mundos verdadeiramente semelhantes à Terra", completou.
A água é essencial para a vida como a conhecemos, mas segundo a pesquisa é improvável que o planeta em questão abrigue qualquer tipo de vida por conta das temperaturas altíssimas que transformariam uma atmosfera rica em água em vapor escaldante. O planeta pode atingir temperaturas superiores a 400 graus Celsius.
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Os cientistas também não podem determinar se o Hubble detectou traços de vapor de água em uma atmosfera rica em hidrogênio ou se o planeta possui uma atmosfera rica em água devido à evaporação da atmosfera original de hidrogênio e hélio. Mas em todo caso, avaliam positivamente a descoberta.
"Nosso programa de observação, liderado pelo principal pesquisador Ian Crossfield da Universidade de Kansas em Lawrence, Kansas, foi projetado especificamente com o objetivo de não apenas detectar as moléculas na atmosfera do planeta, mas também de procurar especificamente vapor de água. Qualquer um dos resultados seria empolgante, seja o vapor de água predominante ou apenas uma pequena espécie em uma atmosfera dominada pelo hidrogênio", afirmou o autor principal do estudo, Pierre-Alexis Roy, um estudante de doutorado no Instituto Trottier da Universidade de Montreal, em comunicado à imprensa.