ASTRONOMIA

Cientistas descobrem misteriosas galáxias "iguais" à Via Láctea no começo do universo

Imagens do James Webb surpreenderam pesquisadores, que devem quebrar a cabeça para desvendar enigma

Representação gráfica da Via Láctea, uma galáxia de disco espiral Créditos: NASA/GSFC
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O Telescópio Espacial James Webb descobriu mais de mil galáxias bastante parecidas com a Via Láctea na região que se considera o início do universo. O problema é que, ao menos segundo a teoria vigente, elas não deveriam estar ali.

Antes, acreditava-se que formações como a Via Láctea não apareceriam no início do universo por conta do caos e intensidade explosiva desse período da história sideral.

Porém, as novas descobertas mostram mais de mil galáxias parecidíssimas com a nossa a uma distância superior a 10 bilhões de anos-luz da Terra.

Estima-se que o universo tenha começado há 13,7 bilhões de anos, ou seja, galáxias a mais de 10 bilhões de anos fazem parte do primeiro terço da história do mundo que conhecemos.

“Por mais de 30 anos, pensou-se que essas galáxias de disco eram raras no universo primitivo devido aos encontros violentos comuns que as galáxias sofrem”, disse o principal autor do estudo, Leonardo Ferreira, astrônomo brasileiro que pesquisa na Universidade de Victoria, em comunicado.

“O fato do James Webb encontrar tantas galáxias é outro sinal do poder deste instrumento e de que as estruturas das galáxias se formam mais cedo no Universo, muito mais cedo, na verdade, do que qualquer um poderia imaginar", completou.

Mudança de paradigma

As galáxias em disco são 10 vezes mais comuns no universo primitivo do que os astrônomos pensavam anteriormente, afirma a pesquisa liderada pelo brasileiro. Isso sugere que formas de vida mais parecidas com a Terra podem ter surgido também no início do Universo.

A estranha descoberta junta-se a outras feitas pelo James Webb que apontam para um mistério cada vez mais profundo em torno de como as grandes galáxias surgiram. Os pesquisadores publicaram o paper com as descobertas no último 22 de setembro no The Astrophysical Journal.

"Com base em nossos resultados, os astrônomos devem repensar nossa compreensão da formação das primeiras galáxias e como a evolução das galáxias ocorreu ao longo dos últimos 10 bilhões de anos", disse o professor Christopher Cantalice, co-autor do estudo, em comunicado.