CIÊNCIA

Primeiro asteroide recuperado pela Nasa pode explicar existência de vida na Terra

“Ciência como nunca vimos antes”, diz administrador da agência; água e carbono foram encontrados no corpo celeste

Cápsula recuperada pela Nasa contendo amostra do asteroide Bennu.Créditos: Nasa/Erika Blumenfeld & Joseph Aebersold
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A Nasa revelou, nesta quarta-feira (11), que foram encontradas moléculas de água e carbono em um asteroide recuperado pela agência que data de 4,5 bilhões de anos atrás. Essa descoberta pode ser um indicativo de como a vida na Terra foi construída.

A amostra do asteroide Bennu foi enviada em uma cápsula para a Terra e recebida pela Nasa no dia 24 de setembro. Desde então, a agência espacial está analisando o material. A pesquisa faz parte da missão OSIRIS-REx, a primeira dos EUA a recuperar uma amostra de asteroide.

A Nasa diz que o material recuperado do Bennu é “uma cápsula do tempo dos primeiros dias do nosso sistema solar e ajudará a responder grandes questionamentos sobre a origem da vida e a natureza dos asteroides”. A teoria dos cientistas é de que colisões de asteroides com a Terra há bilhões de anos possam ter fornecido os ingredientes necessários para o surgimento de vida no planeta.

“Missões da Nasa como a OSIRIS-REx irão melhorar a nossa compreensão dos asteroides que podem ameaçar a Terra, ao mesmo tempo que nos dão uma ideia do que está além [no universo]. A amostra chegou à Terra, mas ainda há muita ciência por vir – ciência como nunca vimos antes”, explicou o administrador da Nasa, Bill Nelson.

Descobertas para o futuro

A descoberta de água e carbono no asteroide foi apenas preliminar, o que significa que novas revelações devem surgir. O material analisado até agora era apenas um “bônus” encontrado dentro do recipiente em que estava a cápsula recebida pelos cientistas, mas ao redor dela. A meta da missão era recuperar 60g do asteroide, e apenas com o bônus isso já foi alcançado.

Nas duas primeiras semanas, os cientistas fizeram uma análise “rápida” do material inicial com um microscópio eletrônico de varredura, fazendo medições infravermelhas e conduzindo uma análise de elementos químicos. A equipe continuará as avaliações pelos próximos dois anos, mas vai preservar 70% do material para as futuras gerações de cientistas ao redor do mundo.

“A abundância de material rico em carbono e de minerais argilosos contendo água é apenas a ponta do iceberg cósmico”, disse Dante Lauretta, principal investigador da missão OSIRIS-REx.

“Estas descobertas, tornadas possíveis através de anos de colaboração dedicada e ciência de ponta, impulsionam uma viagem para compreender não só a nossa vizinhança celestial, mas também o potencial para o início da vida. A cada revelação de Bennu, ficamos mais perto de desvendar os mistérios da nossa herança cósmica”, concluiu.

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