GUERRA NA UCRÂNIA

Dono do Telegram é russo, mas afirma garantir privacidade de ucranianos

Ele diz que foi expulso da Rússia por se negar a entregar dados de usuários do aplicativo a Vladimir Putin

Pavel Durov.Créditos: Tech Crunch Flickr
Escrito en TECNOLOGIA el

O russo Pavel Durov, cofundador e responsável pelo aplicativo de mensagem Telegram, publicou uma carta nas redes sociais em que lembra ter sido expulso de seu país por ter desafiado as autoridades. Ele afirma que, por isso, “agora mais do que nunca” a privacidade dos ucranianos está garantida em seu aplicativo.

Durov reforçou que não possui qualquer laço com o governo de Vladimir Putin, apesar de ter nascido e começado a carreira de empresário no país.

Ele diz que se recusou a entregar dados de usuários do seu aplicativo, e que foi esse o motivo que o levou a sair do país.

Criptografia de ponta a ponta

O Telegram não possui a criptografia de ponta a ponta habilitada por padrão, o que pode gerar uma falsa sensação de segurança nos usuários e não impedir vazamento de mensagens ou invasões, especialmente em meio a uma guerra cibernética de grandes proporções.

Leia trechos da carta de Pavel Durov

"Se você segue minhas postagens, sabe que do lado de minha mãe, eu tracei minha árvore genealógica a partir de Kiev. (...) É por isso que esse conflito trágico é pessoal tanto para mim quanto para o Telegram. Algumas pessoas se perguntaram se o Telegram seria menos seguro para ucranianos, porque uma vez eu morei na Rússia. Deixe-me contar a essas pessoas como a minha carreira na Rússia acabou.

Nove anos atrás, eu fui o CEO do VK, a maior rede social de Rússia e Ucrânia. Em 2013, a agência de segurança russa, FSB, ordenou que eu desse a eles dados privados de ucranianos que protestavam contra um presidente pró-Rússia. Eu me recusei a fazer isso, porque significaria trair os usuários ucranianos. Depois disso, eu fui demitido da companhia que fundei e forçado a deixar a Rússia.

Eu perdi minha empresa e minha casa, mas faria tudo de novo - sem pensar. (...) Quando eu desafiei as demandas deles, o risco era alto para mim. (...) Muitos anos se passaram desde então. Muita coisa mudou: eu não moro mais na Rússia, não tenho mais empresas ou funcionários lá.

Mas uma coisa permanece a mesma - eu defendo os nossos usuários não importa o motivo. O direito deles à privacidade é sagrado. Agora, mais do que nunca."

Com informações do Tecmundo