Uma carta enviada em 16 de dezembro de 2021, pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao criador do Telegram, o executivo Pavel Durov, foi devolvida sem chegar ao destinatário.
De acordo com a jornalista Roseann Kennedy, do SBT News, houve tentativas de entrega em quatro ocasiões, de 26 a 29 de dezembro. Em duas delas, o carteiro não foi atendido. Nas outras, ninguém fazia expediente.
Barroso solicita na carta uma reunião para discutir “possíveis meios de cooperação entre o Telegram e o TSE” para combater fake news eleitorais durante as disputas deste ano.
“O Telegram é um aplicativo de mensagens em rápido crescimento no Brasil, estando presente em 53% de todos smartphones ativos disponíveis no país. Por meio do Telegram, teorias da conspiração e informações falsas sobre o sistema eleitoral estão sendo espalhadas no Brasil”, diz Barroso na carta.
Parcerias
A Corte eleitoral tenta firmar parcerias para combater o disparo de desinformações. Conseguiu com WhatsApp, Instagram, Facebook e Twitter, mas ainda não com o Telegram.
O aplicativo corre o risco até de ser bloqueado. O argumento é que campanhas eleitorais só podem ser feitas em plataformas com representação comercial no país. O Telegram está sediado em Dubai e não tem representantes no Brasil. É usado por partidos e políticos, que tem grupos de transmissão.
Barroso afirmou na última terça-feira (1º), que plataformas digitais terão que se sujeitar “à legislação brasileira e às autoridades” se quiserem atuar no Brasil.
“Nenhuma mídia social pode se transformar num espaço mafioso, onde circulem pedofilia, venda de armas, de drogas, de notas falsas, ou de campanhas de ataques à democracia, como foi divulgado pela imprensa nacional, que por semanas observou o que circulou em redes que pretendem atuar no Brasil”, afirmou.
Pavel Durov, por outro lado, defendeu seu aplicativo em uma nota pública. Disse que o concorrente WhatsApp é que é pouco seguro.
Leia a íntegra da carta de Barroso em inglês abaixo: