Uma reportagem publicada na noite deste domingo (25) pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ mostrando um novo recorte sobre o passado de crimes do coach Pablo Marçal (PRTB), hoje candidato a prefeito de São Paulo, na qual o destaque é a descoberta de que Marçal usava carros do bando delinquente para passear, cedidos pelo chefe da organização criminosa, traz ainda um outro aspecto bastante curioso sobre o tema.
Os repórteres da publicação paulista foram atrás de seis vítimas da quadrilha de golpistas que conseguia retirar dinheiro de contas bancárias por meio de um mecanismo fraudulento. Quatro disseram sequer lembrar dos fatos, que ocorreram há quase 20 anos, ou então não quiseram comentar o assunto. Um outro, um advogado, lembrou dos problemas que passou em decorrência do crime que lhe deixou um prejuízo de R$ 17 mil à época.
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Só que o chamou a atenção mesmo foi o depoimento de um outro homem, um empresário do interior de São Paulo que caiu no golpe e perdeu R$ 14 mil. Ele culpou a si, disse que “a falha foi sua e assume a responsabilidade”, e ainda se mostrou um apoiador de Marçal, o criminoso condenado a quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado que o lesou e integrava a quadrilha que retirou dinheiro de sua conta. Num vídeo recente, Marçal afirmou que "tem habilidade para falar com otários".
“A pessoa clica no e-mail e a conta dela é clonada. Foi uma falha minha. A pessoa a que você se refere trabalhava na parte de computação, não estava envolvida. Os candidatos estão desesperados porque ele está se alavancando e estão querendo jogar isso nas costas dele. Foi uma falha minha, assumo a responsabilidade”, disse o empresário.
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Um dos principais integrantes do bando defende Bolsonaro, elogia Marçal e culpa “petezada”
A matéria do ‘Estadão’ localizou um dos principais integrantes da quadrilha à qual Marçal pertencia. Ricardo Cozac, que foi condenado a oito anos e nove meses de prisão. Ele era o “cartãozeiro”, o membro responsável por realizar os saques das contas clonadas pela organização criminosa, que também adquiria veículos para os integrantes e clonava linhas telefônicas.
Cozac foi só elogios a Marçal, defendeu os direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ainda culpou todas as informações sobre o passado delituoso do coach goiano à “petezada”.
“O único medo que eu tenho é que cassem a candidatura dele. Não tem lei mais, não tem! Qual explicação para Bolsonaro não ser presidente? A possibilidade (de ter a candidatura indeferida) é grande porque a ‘petezada’ está vendo que vai perder”, comentou o condenado.